A Polícia Civil realizou nesta quarta-feira (6) mais uma etapa da Operação Caminhos do Cobre, contra ferros-velhos de reciclagem clandestinos envolvidos na receptação de materiais metálicos furtados, como cabos e estruturas de cobre das concessionárias de energia e telecomunicações, além do furto do material usado nos sinais de trânsito, podendo provocar acidentes graves de trânsito.
Os alvos operam em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, onde a investigação verificou a existência de uma cadeia criminosa que prejudica a infraestrutura urbana de serviços essenciais como energia elétrica, internet, telefonia e transporte.
Na ação, sete pessoas foram presas e responderão pelo crime de receptação qualificada, furto de energia elétrica e poluição ambiental. Durante a ação, foram apreendidos cerca de 500 quilos de cobre, com características compatíveis com cabos e componentes utilizados por concessionárias, tampas de bueiros e cabos de rede elétrica, confirmando o vínculo direto com a subtração de estruturas públicas essenciais.
As concessionárias de serviços públicos afetadas pelos furtos — e responsáveis pelas redes violadas — também participaram da ação, oferecendo suporte técnico e contribuindo na identificação dos materiais ilícitos e no levantamento dos prejuízos causados, fortalecendo a eficácia da ação integrada.
Muitos dos locais não têm registro formal ou autorização legal, revelando um padrão criminoso voltado à reintrodução dos materiais ilícitos no mercado formal. A polícia apurou ainda que alguns dos pontos de receptação operam sob proteção de facções criminosas.
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A ação é uma ofensiva contra toda a estrutura criminosa envolvida no furto e receptação de cabos e materiais metálicos. Desde setembro de 2024, mais de 310 ferros-velhos foram fiscalizados, com cerca de 100 responsáveis pelos estabelecimentos presos nestas ações. Neste mesmo período, mais de 250 toneladas de fios de cobre e materiais metálicos foram apreendidas pela especializada.
No dia 29 de julho último, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a lei, que aumenta a pena para furto, roubo e receptação de equipamentos de telefonia, de transmissão de energia elétrica ou equipamentos ferroviários e metroviários. A legislação também prevê penas mais severas para crimes que comprometam o funcionamento de serviços públicos essenciais.
Há vários inquéritos em andamento que investigam toda a cadeia criminosa, desde a pessoa que furta o material até as metalúrgicas, e as diligências seguem para responsabilizar criminalmente todos os envolvidos.