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“OS MUNDOS DE CHICO XAVIER” estende temporada até o mês de dezembro no Teatro Ruth Escobar

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“OS MUNDOS DE CHICO XAVIER” estende temporada até o mês de dezembro no Teatro Ruth Escobar

João Signorelli interpreta no teatro o médium brasileiro acompanhado e dirigido por Carlos Meceni. Texto de Miguel Filliage.

Um encontro espiritual entre dois homens iluminados, CHICO XAVIER interpretado por João Signorelli e BEZERRA DE MENEZES por Carlos Meceni.

Se no cinema, na cinebiografia de Daniel Filho sobre o médium mineiro Francisco Cândido Xavier (2010) o enredo volta ao passado para mostrar desde a infância a vida do mais famoso espírita do Brasil. A peça “Os Mundos de Chico Xavier”, concebido pelo autor, dramaturgo e escritor Miguel Filliage conjuntamente com o ator João Signorelli, apresenta uma narrativa focada no encontro fictício, e talvez um dos mais imaginados ou almejados, entre Chico e Bezerra de Menezes, médico, escritor e jornalista também expoente da Doutrina Espírita e mentor de Xavier.

Como o próprio médium previu e desejou a sua partida coincidiu com a festa da vitória da seleção de futebol da Copa do Mundo, em 30 de junho de 2002.

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Chico Xavier e Bezerra de Menezes dialogam sobre o futuro, o espaço ‘entre’ em que se encontram e juntos reconstroem crenças, legados relembrando as experiências no mundo dos homens da terra. 

O espetáculo ressalta os ideais pregados pelo médium, sobretudo, pelas ações de humanidade, amor, ausência de preconceitos, esperança e paz. Foram mais de 400 livros escritos e mais de 25 milhões de exemplares vendidos e doados para mais de 2 mil entidades beneficentes. Um legado que transborda humanidade.

Um encontro inusitado, embora imaginado, cheio de alegria, humor e doação.

“Os dois, de forma simples e sem formalismos propõem a linguagem do amor e discorrem sobre as dificuldades em lidar com o afeto e a importância de olharmos para o nosso íntimo”, acrescenta Meceni. A proposta dramatúrgica e a encenação é tirar o espectador do mecanismo habitual de raciocínio e lhe oferecer uma liberdade intuitiva, completa o diretor. 

São estas figuras gigantes que mobilizam artisticamente o ator João Signorelli faz algumas décadas, o ator interpretou o líder espiritual Mahatma Gandhi nos últimos 20 anos e percorreu quase todos os Estados brasileiros, além de vários países da Europa e África. Depois de “Gandhi – A Ética Inspiradora” também de autoria de Miguel Filiage veio “Os Últimos Três Dias de Fernando Pessoa”.

O universo de Chico Xavier não é pouco familiar ao ator, Signorelli foi escalado para o papel do médium no cinema no longa-metragem, ainda em fase de finalização, sobre Zé Arigó, “O Predestinado”, interpretado por Danton Mello. Arigó foi o primeiro médium a receber o espírito do médico alemão Doutor Fritz, e fazer curas espirituais no interior de Minas. 

Depois das filmagens em turnê com Gandhi pela Europa, João encontrou um amigo que o indagou a respeito da ausência de um ator para interpretar Xavier após a morte de Nelson Xavier. Foi aí que Signorelli sentiu vontade de conhecer mais o personagem e passou a pensar na possibilidade da criação teatral.

O ator conversou com Filliage e quando esteve em Uberaba,MG, com a peça Gandhi, foi conhecer a casa do médium e posteriormente o seu filho para se aproximar do universo do espírita.

Com o texto de Filliage finalizado, Signorelli convidou o ator Carlos Meceni, com quem mantém parceria profissional, para interpretar Bezerra de Menezes e dirigir a peça.

Francisco Cândido Xavier nasceu na cidade de Pedro Leopoldo em 2 de abril de 1910.

Chico perdeu sua mãe quando completou 5 anos e foi morar com a madrinha, assim como seus oito irmãos que foram entregues a padrinhos e amigos.

Chico sofreu muito em companhia de sua madrinha, que o castigava com surras de vara de marmelo. O pai de Chico se casou novamente e com Cidália Batista teve mais seis filhos. Chico então voltou a morar com o seu pais, os irmãos e a madrasta que os tratava com amor. Ainda criança teria ouvido vozes de anjos enviados pela mãe para lhe proteger. Embora não soubesse sobre espiritismo, Chico começou a desenvolver a habilidade mediúnica.

Sua escolaridade foi até o primário e aos oito anos Chico passou a trabalhar numa fábrica de tecidos.

Com “diagnóstico de obsessão” de uma de suas irmãs, a família teve que recorrer a um casal espírita e as práticas de Culto do Evangelho no Lar e no ano de 1927, funda junto com outras pessoas, o Centro Espírita Luiz Gonzaga.

Em julho de 1927, Chico Xavier psicografou pela primeira vez. Ali começou a atividade que exerceria pelo resto da vida e que atrairia a atenção de todos. Começou ganhando atenção por onde morava, em cidades pequenas de Minas Gerais. Anos mais tarde, teve o primeiro contato com Emmanuel, seu mentor espiritual que o acompanhava.

Dos quatrocentos e doze livros psicografados, os quais pela lei dos homens lhe pertenciam os direitos autorais, de todos se desfez doando-os a federativas espíritas e a instituições assistenciais beneficentes.

Mudou-se para o município mineiro de Uberaba, no fim da década de 1950, quando passou a ser amplamente conhecido. Nesta altura já havia psicografado mais de 50 livros e motivava pessoas a viajarem em busca de um contato com um familiar falecido.

Com receio de ser mal-entendido ou da desconfiança que seu ‘poder’ gerava, o médium preferia evitar entrevistas e contatos com jornalistas.

Isso mudou em 1971, quando Xavier aceitou participar do programa Pinga-Fogo, um dos mais relevantes da extinta TV Tupi. A entrevista foi ao ar em 28 de julho daquele ano, e marcou uma das transmissões de maior audiência da História brasileira, com 75% da população da época sintonizada no canal 4.

Para seus amigos íntimos, Xavier teria afirmado que partiria em um dia feliz. Naquele 30 de junho de 2002, o Brasil festejava a vitória da seleção de futebol da Copa do Mundo e Chico deixava este plano aos 92 anos.

Sinopse:

Espetáculo de João Signorelli encena o Reencontro do reconhecido médium Chico Xavier com Bezerra de Menezes, (interpretado por Carlos Meceni) no momento em que Chico desencarna e acorda com Bezerra no Plano Espiritual.

Um encontro inusitado entre duas entidades, que na linguagem do amor, falam sobre as dificuldades de lidar com nosso íntimo. Trazem a importância da escuta, das inspirações, e intuições. 

Um encontro cósmico e uma explosão amorosa na eternidade do tempo.  

Ficha técnica 

Texto: Miguel Filliage

Direção: Carlos Meceni

Assistente de produção: Camilla Aoki

Elenco: João Signorelli e Carlos Meceni

Cenografia e figurinos: Telumi Hellen

Assistente de cenografia e figurinos:Paula da Selva 

Trilha original: Luiz Bueno 

Criação e operação de luz: Renan Félix 

Fotografia: Valerio Trabanco 

Assessoria de imprensa: Adriana Monteiro- Ofício das Letras

Nascido em 1955, João Signorelli é formado em jornalismo e trabalha como ator há mais de 25 anos. Já participou de dezenas de novelas, minisséries, peças de teatro e filmes. Em TV atuou nas novelas Grande Sertão: Veredas, O Sorriso do Lagarto, Chiquititas, Carandiru: Outras Histórias, Senhora do Destino, Salve Jorge, Aquarela do Brasil, Caminho das Índias, Araguaia, Amazônia, Bebê a Bordo e América. Em TEATRO atuou nos seguintes espetáculos: Um Bonde Chamado Desejo, Diário de um Mago, A Promessa, O Homem de la Mancha, As Mil e Uma Noites, Pano de Boca, Gandhi e Fernando Pessoa. Em CINEMA atuou nos seguintes longas-metragens: Bruna Surfistinha, Lili Carabina, Boca de Ouro, Salve Geral, Stelinha e Garrincha. É também apresentador, entrevistador, locutor e mestre de cerimônias. Nesta última função já trabalhou com James Hunter (O Monge e o Executivo) por todo Brasil e com Dalai Lama em sua última vinda ao país (Ibirapuera e Anhembi – SP). João interpreta Gandhi há mais de 16 anos, apresentando-se por todo país em empresas, teatros, instituições de ensino, clínicas, eventos, seminários, entre muitos outros. Já apresentou Gandhi em diversos países da Europa, África e Ásia.

Carlos Meceni

Iniciou no Teatro de Arena de São Paulo, na década de 70, lá participou dos espetáculos “Arena Conta Zumbi” e “Arena Conta Tiradentes” neste fez o papel título. A partir daí seguiu-se uma trajetória de mais de cem espetáculos, como ator, ou diretor ou ainda como autor. Construiu três teatros na cidade de São Paulo, foi fundador da Cooperativa Paulista de Teatro, presidente da Aptij, Apetesp e do Canal Comunitário de televisão. Tem alguns de seus textos montados fora do país “A Praça de Retalhos”, “Zum ou Zois”. Já participou como ator em 45 filmes, com prêmios internacionais, 19 novelas e séries. Prêmios: Possui mais de 40 prêmios como ator, diretor ou autor. Mollière, Apca, Prêmio Governador do Estado, Mambembe, Inacem, Sharp, Apetesp. Atualmente é ator e diretor do espetáculo Os Mundos de Chico Xavier de Miguel Filliage.

Miguel Filliage é diretor teatral, além de autor de vários espetáculos bem-sucedidos e premiados. As Férias de Drácula, peça infantil, foi premiada em várias categorias: melhor autor, melhor direção, melhor produção. Outro espetáculo: Ilustres Desconhecidos foi assistido por mais de 200 mil pessoas. Ao todo, escreveu e encenou 11 espetáculos.

Serviço:

“Os Mundos de Chico Xavier” de Miguel Filliage.

Direção: Carlos Meceni.

Elenco: João Signorelli e Carlos Meceni.

Duração: 60 minutos.

Gênero: Drama.

Recomendação: 12 anos.

Estreou em 08 de junho de 2023

Temporada até o mês de dezembro.

Teatro Ruth Escobar – Sala Miriam Muniz

Rua dos Ingleses, 209 – Morro dos Ingleses, São Paulo – SP, 01329-000

Ingressos – R$ 70,00 (+ R$ 7,00 taxa) inteira e R$ 35,00 ( meia entrada)

60 lugares

https://www.sympla.com.br/evento/os-mundos-de-chico-xavier/2005376

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Teatro

The Jury Experience garante experiencia imersiva no Teatro RioMar Recife

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Crédito: Divulgação.
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Neste domingo (02/11), o Teatro RioMar Recife recebe o The Jury Experience, que apresenta o caso “Morte pela IA: quem paga o preço?”. Neste drama emocionante, o público se torna o júri e, ao final, decide quem é o culpado e quem é o inocente. O espetáculo, que promete atrair os amantes de casos criminais, começa às 19h30.

A apresentação traz como dilema moral a seguinte situação: um carro autônomo desviou para evitar um acidente e acabou tirando uma vida. A plateia será responsável por julgar quem deve ser responsabilizado, o criador, o proprietário ou a tecnologia. Ao longo da encenação, o público precisará responder perguntas enquanto analisa depoimentos e provas em busca de uma resolução.

O espetáculo proporciona ao público a experiência de participar de um julgamento imersivo. Neste tribunal, tudo é posto à prova, as crenças sobre culpa, inocência e o verdadeiro significado de justiça e moral são colocadas à prova. A montagem transporta o teatro ao vivo para um novo patamar, colocando o público no centro da ação.

The Jury Experience promete uma vivência realista de um julgamento, é apresentado pela Fever e integra a agenda cultural de novembro do Teatro RioMar Recife. Os ingressos podem ser adquiridos no site da Fever(https://feverup.com/m/395121).

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We call it ballet recria o clássico A bela Adormecida com apresentação no Teatro RioMar Recife

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O Teatro RioMar Recife será palco de um espetáculo que promete encantar o público. “We Call It Ballet” apresentará o clássico “A Bela Adormecida” de maneira inédita, em um show de danças e luzes. A apresentação acontece neste domingo, 2 de novembro, às 16h.

O show reúne um seleto grupo de bailarinos com trajes iluminados que brilham no escuro. O ballet clássico se une à tecnologia para criar uma experiência emocionante, em que os dançarinos iluminam o palco com coreografias brilhantes e a magia das luzes.

O clássico “A Bela Adormecida” é recriado e adaptado para o universo do ballet, trazendo o conto da princesa amaldiçoada que é despertada pelo beijo de um amor verdadeiro. A obra ganha vida com saltos e piruetas, em uma produção que vai além da tradição e leva o espectador a uma jornada esplendorosa.

“We Call It Ballet” recria “A Bela Adormecida”, é apresentado pela Fever e integra a agenda cultural do Teatro RioMar Recife. Os ingressos podem ser adquiridos no site da Fever: We call it ballet (https://feverup.com/m/259824).

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Teatro

Celso Athayde exalta “Cinderela Negra” como símbolo de protagonismo e ancestralidade na ExpoFavela 2025

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Espetáculo que reimagina o clássico conto de fadas com cultura afro-brasileira teve apresentação especial na Cidade das Artes

A Cidade das Artes, na Barra da Tijuca, viveu um fim de semana daqueles que ficam na memória. No último domingo (26), a Expo Favela Innovation Rio 2025 chegou ao fim em clima de celebração, depois de dois dias em que arte, cultura e representatividade tomaram conta dos espaços. Entre as atrações que marcaram o evento, o musical infantil “Cinderela Negra” emocionou o público no Teatro de Favela, levando ao palco uma história de força, ancestralidade e encanto que fez muita gente se ver ali.

Foram dois dias intensos, de encontros e trocas que mostraram o poder criativo das favelas cariocas. Artistas, empreendedores e moradores de diferentes comunidades se misturaram em um mesmo propósito: mostrar que talento e cultura nascem em todos os cantos. “Cinderela Negra” completou essa atmosfera com delicadeza e potência, oferecendo a quem assistia a chance rara de se reconhecer em uma história contada com verdade e poesia.

Para Celso Athayde, criador da ExpoFavela e fundador da CUFA (Central Única das Favelas), a presença do espetáculo no evento representa muito mais do que entretenimento. “A Expo Favela Innovation é sobre protagonismo. E o teatro com a negritude no centro é exatamente isso: colocar nossas histórias, nossas dores e nossas potências sob os holofotes. A arte preta é, sim, inovação social e cultural”, destacou.

Uma Cinderela que se parece com a gente

“Em uma vila africana, Cinderela sonha com dias melhores enquanto enfrenta as dificuldades impostas por sua madrasta Mama e suas filhas Kalima e Luena. Sua vida muda ao conhecer o nobre Zulu, mas o caminho até a felicidade será repleto de desafios. Com a ajuda de seu amigo Bunga e a bênção da orixá Obá (que substitui a tradicional fada madrinha), ela embarca em uma jornada de superação, amor e autodescoberta”, diz a sinopse da trama.

O diferencial? Tudo embalado por uma trilha vibrante que mistura samba, afrobeat, forró, kuduro e marimba, fazendo o público vibrar do início ao fim. A atmosfera criada pela montagem transporta quem assiste para um universo onde a cultura negra é celebrada em cada detalhe, do figurino à música, da cenografia às performances dos atores.

Representatividade que transforma

Para o elenco, estar no palco da ExpoFavela teve um significado especial. Akin Garragar, que interpreta Zulu, não escondeu a emoção ao falar sobre a experiência. “Pra gente é gratificante ter essa oportunidade de estar trazendo essa história da Cinderela numa versão afro, digamos assim. Eu, por exemplo, na minha infância não tinha essa referência, principalmente nos contos de fadas. Hoje a gente tá trazendo a Cinderela Negra para crianças periféricas, negras, independente de periferia ou não, mas aqui hoje na Expo Favela, com esse intuito de também levar essa representatividade para as crianças negras, para elas poderem se sentir representadas mesmo”, compartilhou o ator.

Laryssa das Nupcias, a Cinderela do espetáculo, complementou falando sobre a importância de levar o espetáculo para diferentes públicos. “Atingir pessoas de todos os bairros do estado do Rio de Janeiro, acho que é muito importante, que às vezes a gente fica concentrado num lugar só, então acho que a Expo Favela, ela traz isso, né? Então, é gratificante estar aqui, eu tô muito feliz”, disse a atriz, visivelmente emocionada com a recepção calorosa do público.

Akin reforçou ainda a relevância do espaço. “É um palco importante, né? Então, pra gente também, do Cinderela Negra, estar aqui nesse palco é muito importante.”

A força de uma criação coletiva

Rô Sant’Anna, compositora, autora e diretora do espetáculo (que também interpreta a madrasta Mama), fez questão de destacar o trabalho em equipe que deu vida à montagem. “Eu sou compositora e autora e diretora do espetáculo Cinderela Negra, mas ninguém faz nada sozinho. Então eu tive uma equipe muito maravilhosa que me ajudou a colocar isso em pé. É um figurinista maravilhoso, é um preparador vocal, preparador corporal e isso que deu a essa peça essa grandeza. E também a gente trazer a cultura negra, a valorização da beleza da cultura negra para o espetáculo. Então a Cinderela Negra é necessária”, afirmou a diretora.

A palavra “necessária” resume bem o sentimento que ficou no ar após a apresentação. Num país onde crianças negras ainda precisam buscar referências que se pareçam com elas, ver uma princesa preta, numa história que valoriza a ancestralidade africana e afro-brasileira, é mais do que entretenimento. É um ato político de amor e resistência.

Arte e inovação juntas

A ExpoFavela Innovation Rio 2025 provou mais uma vez ser um espaço fundamental para dar visibilidade às produções culturais das periferias. Além das apresentações artísticas, o evento contou com debates sobre temas relevantes, como a mesa “Mídias alternativas: A importância das mídias independentes”, que abriu as atividades do domingo com Rene Silva, fundador do jornal Voz das Comunidades. Silva, que celebra 20 anos de trabalho, falando sobre a transformação digital do veículo e a importância de manter a versão impressa para alcançar moradores sem acesso à internet.

A presença de “Cinderela Negra” no Teatro de Favela mostrou que quando arte de qualidade encontra espaços democráticos, a magia acontece. Crianças, jovens e adultos saíram do espetáculo não apenas com o sorriso no rosto, mas com algo mais profundo: a certeza de que suas histórias importam, de que seus sonhos são válidos e de que a cultura negra merece estar nos holofotes, sempre.

Ficha Técnica do espetáculo

Elenco:

  • Laryssa das Nupcias (Cinderela)
  • Akin Garragar (Zulu)
  • Isabele Brum (Obá)
  • Rô Sant’Anna (Mama)
  • Marcus Saúva (Bunga)
  • Thalita Floriano (Kalima)
  • Paloma de França (Luena)

Texto e direção: Rô Sant’Anna
Direção de ator: Carlos Neiva
Produção: Grupo TB Arte e Relax

 

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