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O futuro do trabalho: o que esperar da continuidade do Home Office

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O modelo de trabalho home office, que emergiu como uma resposta necessária à pandemia de COVID-19, está agora em um ponto de inflexão. Com empresas e funcionários se adaptando a novas realidades de trabalho, surge a pergunta: o que esperar da continuidade do home office?

 

Expectativa dos colaboradores

 

Uma pesquisa recente realizada pelo QuintoAndar revela que o fim do home office faria 43% dos trabalhadores procurarem outro emprego. Essa estatística ressalta não apenas a importância do trabalho remoto para muitos profissionais e a sua influência na decisão de permanecer em uma determinada empresa, mas também a adaptação bem-sucedida de muitos a esse novo paradigma de trabalho.

 

Em paralelo, um estudo realizado pela Scoop Technologies e pelo Boston Consulting Group (BCG) fornece insights valiosos sobre os benefícios tangíveis do trabalho remoto. Empresas que adotaram modelos com opções remotas ou flexíveis de trabalho experimentaram um crescimento de receita notável de 21% entre 2020 e 2022. Isso sugere que o home office não apenas é viável, mas também pode ser benéfico para o desempenho financeiro das empresas.

 

Divergências entre gestores e colaboradores

 

No entanto, há uma divergência de perspectivas em relação ao futuro do trabalho remoto. Uma pesquisa da PwC revelou que 67% dos profissionais preferem o trabalho remoto, com a maioria desejando retornar ao escritório no máximo duas vezes por semana. Notavelmente, entre os cargos de gestão, essa preferência é um pouco menor, com 58% expressando um desejo pelo trabalho remoto. Isso sugere uma divisão de opiniões entre diferentes níveis hierárquicos dentro das organizações.

 

Ainda de acordo com uma pesquisa da Catho, 61% das empresas planejam adotar um regime 100% presencial em 2024. Estas diferentes expectativas com relação ao modelo de trabalho dos colaboradores e das empresas destaca a importância de desenvolver processos adaptativos para lidar com essas mudanças. A capacidade de se ajustar a diferentes modelos de trabalho pode ser crucial para o sucesso futuro das organizações.

 

Além disso, há percepções divergentes sobre a produtividade no trabalho remoto. Enquanto 40% dos executivos acreditam que não há diferença nas entregas em rotinas de trabalho com home office, 68% dos trabalhadores de cargos mais baixos afirmam ser mais produtivos ou muito mais produtivos no trabalho remoto. Essa discrepância destaca a necessidade de uma abordagem personalizada ao planejar o futuro do trabalho, reconhecendo que o impacto do home office pode variar de acordo com o cargo e as responsabilidades individuais.

 

Modelo ideal de trabalho: remoto, híbrido ou presencial?

 

A liderança desempenha um papel fundamental na gestão do trabalho remoto, influenciando diretamente o engajamento, a produtividade e o bem-estar dos funcionários. Em um ambiente remoto, os líderes mais eficazes são aqueles que conseguem manter uma comunicação clara e regular, motivar e engajar suas equipes, apoiar o desenvolvimento profissional, gerenciar o desempenho e promover o bem-estar e o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal.

 

Com tantos pontos de vista diferentes, o que podemos afirmar é que o futuro do trabalho home office é complexo e multifacetado. Enquanto algumas empresas estão ansiosas para retornar ao trabalho presencial, muitos profissionais preferem opções flexíveis de trabalho. Para as organizações, no entanto, a chave para o sucesso pode residir na capacidade de adaptar-se às preferências dos funcionários e às demandas do mercado, encontrando um equilíbrio que promova tanto a produtividade quanto o bem-estar dos colaboradores.

 

O fato é que não existe um modelo certo ou errado. O formato ideal vai depender do que a empresa acredita ser o mais adequado para sua cultura e seus colaboradores. É, sem dúvidas, um grande desafio, mas com um trabalho estratégico de gestão, o modelo escolhido certamente irá funcionar. Para isso, é fundamental o investimento em ferramentas apropriadas, capacitação, desenvolvimento de soft skills e uma cultura organizacional que apoie e promova a eficiência em diferentes contextos de trabalho.

 

* Por Simone Cipriano, head de pessoas & cultura da Runtalent.

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