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Nova regra da bariátrica amplia indicações e reforça papel da medicina personalizada

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Médico especialista do Núcleo de Obesidade e Cirurgia Bariátrica do Hospital Santa Catarina Paulista destaca impactos positivos da medida e reforça importância de avaliação individualizada

A cirurgia bariátrica e metabólica, reconhecida como o tratamento mais eficaz e duradouro contra a obesidade grave, acaba de ganhar novos critérios de indicação clínica no Brasil. Publicada no Diário Oficial da União nesta terça-feira (20), a Resolução nº 2.429/2025 do Conselho Federal de Medicina (CFM) atualiza as regras para realização do procedimento em adultos e adolescentes, com base nas mais recentes evidências científicas e diretrizes internacionais.

Entre as mudanças mais relevantes está a ampliação das indicações para pacientes com Índice de Massa Corpórea (IMC) entre 30 e 35 que convivem com doenças como diabetes tipo 2 de difícil controle, apneia do sono grave, esteatose hepática com fibrose, doença cardiovascular ou osteoartrose severa. Antes, a cirurgia era indicada apenas para obesidade grau III (IMC ≥ 40) ou grau II (IMC ≥ 35) associada a comorbidades.

“É uma mudança significativa que pode beneficiar milhares de pessoas que convivem com doenças graves e não conseguiam resposta adequada com tratamentos clínicos”, afirma o Dr. José Luís Lopes Corrêa, cirurgião bariátrico do Núcleo de Obesidade e Cirurgia Bariátrica do Hospital Santa Catarina – Paulista. “A ampliação dos critérios ajuda a evitar a progressão de doenças metabólicas e melhora o prognóstico a longo prazo”. Segundo ele, a realização da cirurgia deve sempre ser acompanhada por uma equipe multidisciplinar especializada, que inclui endocrinologistas, nutricionistas, psicólogos e outros profissionais, garantindo uma abordagem integral e segura ao paciente.

Apesar dos benefícios da nova norma, o médico faz um alerta sobre o risco de banalização da cirurgia. “A bariátrica é uma ferramenta poderosa, mas não deve ser encarada como solução rápida. Em muitos casos, é possível alcançar resultados significativos com mudanças no estilo de vida, suporte psicológico e uso de medicamentos. A decisão cirúrgica precisa ser bem fundamentada, respeitando o tempo de cada paciente e o esgotamento das alternativas clínicas disponíveis”, destaca o Dr. José Luís.

A resolução também permite, pela primeira vez, a realização do procedimento em adolescentes a partir dos 14 anos, nos casos de obesidade grave com complicações clínicas. Para isso, é exigida avaliação da equipe multidisciplinar e consentimento dos responsáveis. Segundo o CFM, cerca de 60% das crianças obesas tendem a atingir a obesidade mórbida na vida adulta, o que reforça a importância da intervenção precoce.

Dados reforçam urgência no enfrentamento da obesidade

Segundo levantamento da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), o Brasil realizou 291.731 cirurgias bariátricas entre 2020 e 2024. O país tem hoje mais de 26 milhões de pessoas com algum grau de obesidade, segundo o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan/Ministério da Saúde). Só a obesidade grau III, com IMC acima de 40, já atinge mais de 1,1 milhão de brasileiros.

A cirurgia bariátrica promove não apenas a perda de peso, mas também a remissão de doenças crônicas como o diabetes tipo 2, a hipertensão arterial e a apneia do sono. Os mecanismos vão além do emagrecimento: envolvem alterações hormonais e metabólicas que contribuem para o controle da resistência à insulina e da saciedade.

Para garantir segurança e bons resultados, o novo texto do CFM reforça a exigência de que o procedimento seja realizado em hospitais com estrutura adequada, como centros cirúrgicos de alta complexidade, Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e equipe multiprofissional especializada. O Hospital Santa Catarina – Paulista segue todos os critérios da nova resolução e é referência no atendimento humanizado e integrado para pacientes com obesidade.

Tratamento personalizado e abordagens complementares

Apesar da popularização recente de medicamentos injetáveis para perda de peso, como a semaglutida e a tirzepatida, estudos mostram que a cirurgia bariátrica ainda é a abordagem mais custo-efetiva, com efeitos metabólicos duradouros mesmo anos após o procedimento. Enquanto os remédios exigem uso contínuo e podem custar mais de R\$ 45 mil ao ano, a cirurgia é coberta pelo SUS e pelos planos de saúde.

“Os medicamentos são um avanço importante e ajudam muitos pacientes, mas a cirurgia continua sendo o tratamento definitivo para casos de obesidade grave ou refratária”, reforça o Dr. José Luís Lopes Corrêa. “O futuro do tratamento da obesidade é a personalização: entender o perfil de cada paciente para indicar a melhor estratégia, seja clínica ou cirúrgica”.

A ampliação dos critérios para a cirurgia bariátrica representa um avanço importante no enfrentamento da obesidade no Brasil, permitindo que mais pessoas com doenças associadas tenham acesso a um tratamento eficaz e com respaldo científico. Ao reconhecer a complexidade da obesidade e a necessidade de abordagens individualizadas, a nova resolução também reforça o papel da medicina personalizada na promoção de saúde e na prevenção de complicações a longo prazo.

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