Trabalho de campo é fundamental para dimensionar o tamanho da quebra de safra
Com perdas irreversíveis e abandono de áreas de soja em razão da estiagem e ondas de calor, o Rio Grande do Sul recebe o Rally da Safra a partir deste sábado, 15 de março. Os técnicos irão avaliar lavouras em diferentes regiões, percorrendo municípios como Vacaria, Passo Fundo, Erechim, Frederico Westphalen, Santa Rosa, Santo Angelo, Alegrete, Dom Pedrito, Pelotas, Cachoeira do Sul e Cruz Alta, entre outros, deixando o estado no dia 30. É a última etapa do Rally para avaliação das lavouras de soja no país.
O Rio Grande do Sul enfrentou um período de mais de 30 dias consecutivos sem chuvas e temperaturas acima de 40 graus. A produtividade estimada pela Agroconsult, organizadora da expedição técnica, caiu para 39 sacas por hectare (49,5 sacas por hectare no pré-Rally). A estiagem afetou todo o estado, mas as regiões das Missões e o Sul foram as mais prejudicadas.
“É essencial estar no campo para fazer as medições, que são os diferenciais do Rally, contando vagens e grãos, verificando o peso dos grãos e população de plantas, entre outros dados. Assim poderemos dimensionar o tamanho da quebra da safra”, explica André Debastiani, coordenador da expedição.
Junto com o Mato Grosso do Sul – que sofreu com o encurtamento do ciclo nas áreas afetadas pela estiagem no sul do estado e teve a produtividade reduzida para 49,5 sacas por hectares (56,5 sacas por hectare no pré-Rally) – o Rio Grande do Sul encontra-se no grupo dos estados que registram perdas consolidadas, conforme os dados parciais do Rally.
Há uma divisão muito clara na safra do Brasil: enquanto o RS e o MS têm as maiores quebras, outros estados garantem recorde (MT, BA, GO, MG, MA e TO) e outros terão uma boa safra (PR, SC, SP, PI e RO). O recorde com maior destaque é o Mato Grosso, com produtividade estimada de 66,5 sacas por hectare. O estande elevado de plantas, o alto número de grãos por hectare e o peso dos grãos apontam que, pela primeira vez na história, a safra atual poderá ultrapassar 50 milhões de toneladas – o equivalente ao volume do Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul, juntos.
Já o grupo com bom potencial registrou intercorrências e não terá recordes, mas traz produtividade de 60 sacas por hectare para o Piauí, pequena elevação em Rondônia (60 sacas por hectare) e queda nos estados do Paraná (62,5 sacas por hectare), São Paulo (63,5) e Santa Catarina (65).
Diante da piora na situação climática que impactou as lavouras no RS e MS e dos bons resultados de campo do Centro Norte, a Agroconsult projeta a safra de soja em 171,3 milhões de toneladas – redução de 1,1 milhão de toneladas sobre o número pré-Rally (16/01), porém ainda 15,8 milhões de toneladas acima da temporada passada.
A 22ª edição do Rally da Safra é patrocinada pelo Banco Santander, OCP Brasil, BASF, Credenz® e SoyTech™ (marcas de sementes da BASF), Xarvio® (plataforma digital oficial do Rally), BIOTROP, JDT Seguros e TIM Brasil.
No total, os técnicos irão percorrer mais de 80 mil km por 13 estados (MT, GO, MG, MS, PR, SC, SP, RS, MA, PI, TO, BA e PA), que respondem por 95% da área de soja e 72% da área de milho, para avaliar as condições das áreas de soja durante as fases de desenvolvimento das lavouras e de colheita até 22 de março. Outras seis equipes avaliarão as lavouras de milho segunda safra em maio e junho. Técnicos da Agroconsult e das empresas patrocinadoras visitarão produtores rurais nas regiões Sudeste do MT, Sudoeste de GO, Planalto do RS e Oeste do PR, entre abril e maio. No mesmo período serão realizados eventos técnicos regionais em Luís Eduardo Magalhães (BA), Não-Me-Toque (RS) e Maringá (PR).
Nesta edição, o Rally está presente ainda nos principais eventos do agronegócio: Show Rural, em Cascavel (PR); ExpoDireto, em Não-Me-Toque (RS); Bahia Farm Show, em Luis Eduardo Magalhães (BA), e Tecnoshow Comigo, em Rio Verde (GO).
