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Multiplano: matemática para deficientes visuais

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Há 21 anos a Tecnologia Social possibilita estudos de ciências exatas por meio de ferramenta pedagógica

A criatividade de um professor e o empenho de um aluno cego para aprender disciplinas exatas resultou na metodologia “Multiplano: matemática para deficientes visuais”. No ano 2000, um deficiente visual residente na Cidade de Cascavel, Paraná, tomou a decisão de cursar Ciência da Computação, e diante de seu desafio tinha a disciplina de Cálculo Diferencial e Integral, uma das matérias mais temidas por estudantes de cursos superiores que envolvem exatas.

Para que o aluno Ivã de Pádua pudesse participar de forma igualitária das aulas, o professor Rubens Ferronato desenvolveu a solução: uma placa perfurada de 21 furos por 26 distribuídos em linhas e colunas perpendiculares, rebites, elásticos, raios de bicicleta, pinos plásticos de sustentação de prateleiras e espaçadores de azulejos. A adaptação foi rápida e aceita de imediato por toda a turma, que adotou o novo recurso e o incluiu nos estudos.

A ferramenta pedagógica Multiplano proporciona a comunicação entre professor e estudante, permite que as figuras desenhadas no quadro sejam reproduzidas na placa, onde o aluno cego possa realizar a leitura tátil e fazer suas abstrações. Além dos desenhos, é possível realizar outras atividades que dependem de variações como: pesquisas, gráficos e trigonometria.

“O Multiplano concretiza a busca na efetivação de um ideal – ajudar na equiparação de oportunidades numa sociedade sem preconceitos nem discriminações, amenizando possíveis injustiças sociais”, destaca Rubens Ferronato, professor pesquisador do Multiplano e Código Universal de Cores.

Inicialmente as aulas e pesquisas foram  realizadas com oito estudantes cegos. E  após 21 anos de implementação, a  metodologia celebra seu sucesso  possibilitando novas oportunidades a  deficientes visuais. Atualmente, mais de mil  escolas possuem a ferramenta disponível  em seu acervo de materiais pedagógicos,  soma 82 cursos ministrados, mais de 3.500  professores capacitados, além da  aquisição por pais e educadores para  atendimento aos filhos e alunos.

O Multiplano é aplicado em todos os  estados brasileiros e também no exterior  em países, como: Angola, Argentina,  Colômbia, Espanha, Itália e Portugal. A  tecnologia também conta com produções  científicas, artigos, dissertações, teses e  vídeoaulas que estão disponíveis  gratuitamente no site do Multiplano.

Premiação

Em 2003, a metodologia foi vencedora no Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social na categoria Educação. “A certificação fez toda diferença, o Multiplano ganhou visibilidade e popularidade após esta conquista. No decorrer desses 18 anos pós-prêmio, nossa metodologia foi aplicada em sala de aula praticamente em todos os níveis de ensino: infantil, educação de jovens e adultos, ensino fundamental, médio e superior. Sempre com grande aceitação”, recorda Rubens.

Atualmente – por exigência dos órgãos de segurança – o equipamento é produzido em material plástico, dentro das diretrizes da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). E disponibilizado para aquisição de secretarias estaduais, municipais, escolas, professores e estudantes.

 Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social 2021

Estão abertas as inscrições para o Prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social 2021. As instituições interessadas têm até o dia 28 de maio de 2021 para se cadastrar, exclusivamente pelo site transforma.fbb.org.br/premios. Os resultados de cada etapa do Prêmio – certificadas e finalistas – serão divulgados no portal de notícias da Fundação BB e na Plataforma Transforma! Podem participar entidades sem fins lucrativos, como instituições de ensino e de pesquisa, fundações, cooperativas, organizações da sociedade civil e órgãos governamentais de direito público ou privado, legalmente constituídas no Brasil.

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