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Movimento negro pede investigação independente sobre operação no Rio

Protestos em São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro e Maranhão exigiram a federalização das investigações da Operação Contenção, que resultou em 121 mortos.

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© Paulo Pinto/Agência Brasil
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Manifestantes tomaram as ruas de quatro estados nesta sexta-feira (31) para exigir uma investigação independente sobre a Operação Contenção no Rio de Janeiro — a ação policial mais letal da história do país, com 121 mortos. Os atos, organizados pelo movimento negro e entidades de direitos humanos, pediam a federalização do caso e criticavam a violência de Estado.

O coro foi uníssono: não aceitar a normalização de operações que, sob o pretexto de combate ao crime, resultam em mortes em massa em comunidades periféricas. A chuva no Rio não impediu que milhares, incluindo mães de vítimas de outras operações, marchassem em um campo de futebol na Vila Cruzeiro.

São Paulo: A voz da Avenida Paulista

Na Avenida Paulista, a passeata saiu do MASP em direção à Rua da Consolação. Douglas Belchior, da Coalizão Negra por Direitos, sintetizou as demandas: “Pela federalização das investigações e a criação de políticas de acolhimento e acesso à justiça para as famílias vítidas da violência”.

Zezé Menezes, fundadora da Marcha das Mulheres Negras de São Paulo, fez uma comparação contundente: “Mataram em um dia mais do que em Gaza. Lá é declarada a guerra, aqui não, mas ela existe, sempre existiu”. O ato reuniu entidades como o Movimento Negro Unificado (MNU) e a Unegro.

Rio de Janeiro: O luto e a resistência nas comunidades

No epicentro da crise, moradores dos complexos da Penha e do Alemão transformaram a dor em protesto. O ato na Vila Cruzeiro, uma das comunidades mais simbolicamente afetadas, foi um misto de luto e resistência. A presença das mães que perderam filhos em operações passadas deu um rosto humano à revolta — um lembrete silencioso de que a tragédia de hoje é um capítulo repetido.

Maranhão e Brasília: O coro por justiça

Em São Luís, na Praça Deodoro, o estudante Alex Silva, de 18 anos, usou o termo “necropolítica” para descrever a ação. “Nós sabemos que, no meio dos mais de 100 mortos, tinham pessoas de bem, tinham pessoas que contribuíam para a sociedade”, afirmou.

Já em Brasília, os manifestantes se concentraram próximo à Esplanada dos Ministérios. Maria das Neves, do Conselho Nacional de Direitos Humanos, foi direta: “O que ocorreu foi um brutal atentado contra a vida do povo preto e favelado”.

O caminho institucional das denúncias

A pressão não ficou restrita às ruas. O Conselho Nacional de Direitos Humanos acionou o STF para que o governador Cláudio Castro preste informações sobre a operação. Um pedido de perícia independente também foi encaminhado ao Ministério dos Direitos Humanos. A sociedade, diga-se, aguarda respostas concretas diante de um evento que expôs, de forma brutal, as fissuras profundas na segurança pública brasileira.

Informações: Agêcia Brasil

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