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“Mete marcha, negona”: artistas levam marcha para telas e palcos

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© Flora Egécia/Arquivo Pessoal

Na Bahia, a expressão “meter dança” significa se jogar na dança, trata-se de um convite ao movimento. Foi tomando emprestado esse termo que a 2ª Marcha das Mulheres Negras, realizada em Brasília nesta terça-feira (25), fez um chamamento para que as participantes vindas de todas as partes do Brasil e de outros países “metessem marcha”. 

A canção tema do evento, “Mete Marcha Negona Rumo ao Infinito”, composta e interpretada pela cantora e compositora baiana Larissa Luz, embalou o canto coletivo de uma multidão de quase meio milhão de mulheres negras, muitas delas artistas que, assim como a marcha que cresceu e se fortaleceu desde a sua última edição em 2015, também floresceram nos últimos dez anos.

Em 2015, Flora Egécia era uma jovem diretora que colocava no mundo seu primeiro filme, o curta-metragem documentário Das raízes às Pontas, que aborda o resgate das raízes negras a partir dos cabelos crespos. Um dia depois do lançamento do filme, ela se juntou à multidão que tomou conta do Eixo Monumental, em Brasília naquele ano. 

“Nesta época eu lembro que tinham várias diretoras negras em ascensão como eu, no mesmo período que eu, e hoje em dia eu vejo estas mulheres fazendo longas-metragens, tomando conta do mundo. Eu estava começando e elas também começando, e eu hoje as vejo voando muito longe”, relembrou Flora, que marchou novamente nesta terça-feira ao lado da mãe, a professora da Universidade de Brasília Dione Oliveira Moura.

Em 2022, Flora lançou juntamente com Bianca Novais o documentário Me Farei Ouvir, que aborda os gargalos e labirintos que a democracia brasileira produz para dificultar o acesso de mulheres à política institucional.

Ao longo da marcha que coloriu a Esplanada dos Ministérios hoje na capital federal, era possível ver rodas de capoeira, alas de mulheres sambistas, bailarinas e percussionistas. O tambor, poderoso símbolo de herança e ancestralidade afro-brasileira, era o elemento em comum das batuqueiras brasileiras e das 45 mulheres uruguaias que tocavam o Candombe, ritmo afro-uruguaio que foi declarado Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco. 

Ishina Pena Branca, dançarina e percussionista, que orgulhosamente na marcha carregava seu xequerê, explicou a importância da arte na sua afirmação como mulher negra. 

“A música me conecta com meu corpo. Todas as vezes que eu canto, que eu toco, eu sinto o coração de África, é como se eu sentisse o vibrar do coração dos meus ancestrais”.

Após a marcha, a programação seguiu na área externa do Museu Nacional, onde um show gratuito encerrou o dia de mobilização. No palco, Célia Sampaio & Núbia, Ebony, Larissa Luz, Luana Hansen e Prethais.

>> Confira entrevista com Célia Sampaio, a Dama do Reggae, na Rádio Nacional da Amazônia

“Nossa forma de fazer luta é também com arte, isso tem a ver com a nossa origem, nossa forma de fazer denúncia a partir de outras estratégias e outras ferramentas. A marcha segue até o palco. A música é um espaço de acolher, de falar de amor, de se fortalecer, e falar de resistência”, afirma Naiara Leite, representante do comitê nacional da Marcha das Mulheres Negras.

Antes de subir ao palco para o seu show, a cantora Prethais falou à Agência Brasil e se emocionou ao lembrar que o pontapé de sua carreira se deu depois da 1ª Marcha das Mulheres Negras.

“Eu não imaginava que o que eu vivi com 17 anos, eu voltaria dez anos depois e faria parte da marcha no palco. Em 2015, eu tinha acabado de chegar da Bahia para morar no DF, em um contexto de muita solidão, de busca pelo bem-viver, que é o que a gente está reivindicando aqui hoje. Eu não sabia quem eu era e esse movimento de mulheres negras me deu caminho. Sou muito feliz que estas mulheres me colocaram aqui hoje. A Marcha me fez reconhecer como mulher quilombola, remanescente quilombola de Xique-Xique (BA), como mulher negra que move o mundo”.

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