Procedimentos químicos, apliques apertados e calor excessivo no couro cabeludo podem causar uma doença autoimune chamada Alopecia, ressalta Dra Vanessa Noronha
A personagem da atriz Elisa Lucinda na novela “Vai na Fé” vive um drama. A personagem Marlene sofre de alopecia, um problema que atinge milhões de brasileiros e vem atingindo, cada vez mais, as mulheres. A lesão, que causa queda capilar, ainda é um tabu entre muitas pessoas e pode ter inúmeras causas, desde questões emocionais ou hereditárias até ao uso de produtos capilares que vão enfraquecendo a raiz do cabelo ao longo do tempo. Na trama, a personagem usa uma peruca para esconder a sua condição que, na história, foi ocasionada pelo uso permanente de lenços, alisamentos por meio de pentes e ferros quentes, uso de produtos alisantes com bases químicas fortes, além de laces e tranças muito apertadas.
Segundo a Fundação Nacional de Alopecia Areata (NAAF), essa condição atinge cerca de 147 milhões de pessoas no mundo inteiro. Para a Biomédica Esteta e Imagenologista Dra. Vanessa Noronha, é necessário perceber os sintomas desde cedo. Quedas e oleosidades excessivas, afinamento do fio, coceiras e vermelhidão são sinais de alerta: “Muitos homens procuram tratamento por causa da calvície, mas cada vez mais as mulheres também estão procurando ajuda no pós-parto e na menopausa, fases que mexem bastante com os hormônios”, destaca. Mas a procura também tem sido grande por mulheres que fizeram alisamentos químicos por muito tempo, tranças e apliques: “O problema não está na lace e sim no tipo de técnica utilizada, que pode enfraquecer o crescimento dos fios”, explica.
Além disso, uma boa higiene se faz fundamental. Entender qual a melhor forma de lavar e hidratar o couro cabeludo e saber a periodicidade da troca do procedimento fazem parte de uma rotina para manter a saúde capilar. Em nome da beleza, diversas famosas já tiveram problemas, como a modelo Naomi Campbell, que faz tratamento de alopecia há anos e a atriz Lindsay Lohan que, em 2012, sofreu quedas graves de cabelo após vários processos de coloração. No Brasil, a modelo e atriz Viviane Araújo revelou, em 2008, que sofreu da doença por usar penteados, tranças e mega hair muito apertados. E a cantora Maraísa cortou seus cabelos no ano passado para tratar da alopecia por fatores genéticos, assim como a atriz Deborah Secco, que confirmou recentemente sofrer com alopecia androgenética e que faz tratamento para lidar com a queda dos fios.
Tirando o fator hereditário, a alopecia pode ser evitada e, segundo o Ministério da Saúde, o acompanhamento médico é fundamental. Produtos milagrosos, que prometem estimular o crescimento dos fios, podem agravar ainda mais a situação. Para a Dra. Vanessa, tratamentos com intradermoterapia e alguns tipos de laser junto aos cuidados diários, como uma alimentação saudável, são as melhores formas de prevenção. Além disso, respeitar as fases de nascimento, crescimento e repouso dos fios é fundamental: “O tratamento em alguns casos de alopecia pode ser contínuo, exigindo manutenção. Por isso, o diagnóstico precoce é fundamental para evitar danos permanentes. As pessoas devem recorrer aos profissionais de saúde especialistas. Nas Unidades Básicas de Saúde o serviço é gratuito a toda população”, indica.