Especialistas ouvidos pela Agência Brasil consideram que o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre as abordagens policiais baseadas na cor da pele é uma oportunidade para combater o racismo institucional presente nas instituições brasileiras. O diretor de Litigância e Incidência da Conectas Direitos Humanos, Gabriel Sampaio, destaca que discutir a ilegalidade de provas produzidas por perfilamento racial é fundamental para enfrentar um dos principais mecanismos que reproduzem o racismo institucional no país.
A organização participa do julgamento como parte interessada. O julgamento é sobre o caso de um homem preso com 1,53 grama de cocaína em Bauru, interior paulista. A Defensoria Pública do Estado de São Paulo pede a anulação das provas do caso, alegando que os policiais abordaram o homem com base principalmente na cor da sua pele. Caso seja aceita pelo STF a tese de que abordagens feitas com base na cor da pele são ilegais, as polícias terão que apresentar elementos que motivaram as suspeitas, trazendo elementos probatórios de forma concreta para que o sistema de Justiça e a sociedade possam exercer controle sobre a atividade estatal e ter a segurança de que o racismo institucional não está sendo reproduzido, explica o diretor.
Com informações da Agência Brasil