A influenciadora trans Suellen Carey publicou um vídeo nas redes sociais mostrando o preço de itens de higiene feminina em um supermercado de Londres. Ela aparece andando pelos corredores enquanto comenta o valor de absorventes, sabonetes íntimos, remédios para cólica e protetores diários. A ideia, segundo ela, era simples: registrar o quanto o custo de vida tinha aumentado, especialmente para mulheres.
“Eu estava fazendo compras como qualquer outra mulher. Vi os preços e pensei: isso aqui não está normal. Todo mundo fala das oportunidades de morar fora, mas pouca gente mostra a realidade do dia a dia. Ser mulher aqui também custa caro”, contou.
Poucas horas após a publicação, o que era para ser um alerta sobre a inflação se transformou em alvo de transfobia. A influenciadora passou a receber uma série de comentários preconceituosos, com usuários questionando se ela teria o direito de falar sobre esse tipo de produto. Segundo ela, a maior parte das mensagens não falava sobre economia, mas sobre identidade de gênero.
Dias depois, Suellen voltou às redes sociais com um novo vídeo, dessa vez em tom de desabafo, refletindo sobre a repercussão do conteúdo. Ela relatou dois comentários que mais a impactaram: um dizia “Você nem é mulher de verdade pra falar disso” e outro afirmava “Quer viver como mulher? Então paga o preço”.
“Eu confesso que li e reli essas frases tentando entender como um vídeo sobre o valor de um absorvente virou um ataque à minha existência. Será que até na hora de fazer mercado eu vou precisar provar que sou mulher o suficiente?”, afirmou.
Ao final, Suellen reforça que a transfobia não se manifesta apenas em discursos explícitos, mas também nos gestos cotidianos. “Quando até um vídeo sobre compras vira motivo de ódio, fica claro que o problema não está no que mostramos, mas no fato de existirmos.”
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