Colocar situações do dia a dia nas redes sociais e compartilhar momentos com outras pessoas são coisas que a modernidade trouxe para todos. Seja em um barzinho, casamento ou até uma atividade normal de casa, uma postagem chama a atenção e ainda pode ajudar a formar vínculos.
Contudo, em muitas situações essa quantidade de exposição acaba ficando um pouco perigosa e trazendo consequências negativas, como a aproximação de haters – pessoas que postam comentários de ódio. Por mais que isso possa atingir muito mais aos famosos, as redes conseguiram aproximar e trazer em tempo real a vida de qualquer pessoa, transformando muitos usuários em influenciadores digitais.
Guigo Keiras, conhecido DJ e influencer, e que tem mais de 160 mil inscritos no YouTube, começou a fazer sucesso na plataforma de vídeos com temas sobre a sua homossexualidade. Apresentando temas delicados que inspiraram muitos seguidores, ele teve que aprender a lidar com uma onda de homofobia.
“Antes se ser influencer, minhas experiências diretas com o preconceito por ser gay tinha sido na adolescência, eu revivi muitas coisas do passado com isso, porém o fato de ser gay não foi o que de fato me gerou sentimento de superexposição, e sim, o fato de alimentar as redes sociais de forma excessivamente detalhada com minha vida pessoal”. explica.
Ter a delicadeza de trazer um conteúdo importante mas que, ao mesmo tempo, precisa ser cuidadoso com informações sobre localização, companhias e atividades privadas, é algo muito discutido entre os produtores de conteúdo.
Recentemente, Whindersson Nunes, Viih Tube, Pe. Fábio de Melo, Eduardo Sterblitch haviam se pronunciado nas redes sociais sobre problemas relacionais e de vivência por conta da superexposição de suas vidas pessoais nas redes. Hoje, 10 anos após ter surgido no YouTube e se tornado um dos maiores influenciadores com temáticas LGBTQIA+, Guigo Kieras acredita que se expor demais abre brecha para opiniões desconfortáveis.
“As pessoas se sentem no direito de opinar sobre temas delicados. Eu achava, nos primeiros anos de Youtube, que a superexposição nas redes era o caminho para crescer na internet. Hoje minha visão é que o que vale de fato é oferecer para a audiência algo que ela realmente se interesse, não importa se aquilo está superexposto você”, disse ele.
De toda forma, a chave é conseguir avaliar e filtrar o que merece ser compartilhado e, a depender do contexto, saber das pessoas que terão acesso. O Instagram, por exemplo, dá a opção de “Amigos Próximos”. Hoje existem diversos casos de influenciadores que produzem um conteúdo atrativo, com o poder viral, mas que evitam a superexposição, como Vitor Dicastro, Blogueirinha, Henrytado, Lorelay, Junior Caldeirão, Esse Menino e Isaias.
