A imigração para os Estados Unidos continua sendo tema central no cenário político e econômico do país. Os dados mais recentes indicam uma forte correlação entre a escassez de mão de obra especializada e a valorização de vistos baseados em emprego, especialmente em áreas estratégicas para a economia norte-americana.
Há indícios significativos de falta de mão de obra especializada nos Estados Unidos, particularmente nos setores de construção, saúde e STEM — acrônimo em inglês para ciência, tecnologia, engenharia e matemática. Estudos apontam que os imigrantes representam uma parcela substancial da mão de obra avançada nesses campos, sobretudo em programas de doutorado. Sua presença ajuda a mitigar déficits em áreas cruciais como ciência da computação, engenharia e economia, garantindo inovação e competitividade.
O governo norte-americano dispõe de categorias específicas para atrair profissionais qualificados.
O EB-1 é direcionado a pessoas com habilidades extraordinárias, pesquisadores reconhecidos ou executivos multinacionais.
O EB-2 é voltado a indivíduos com grau avançado ou habilidade excepcional em suas áreas.
O EB-3 abrange trabalhadores qualificados, profissionais e outros empregados essenciais.
Esses vistos têm se consolidado como porta de entrada para talentos internacionais, em sintonia com a necessidade do país de suprir lacunas em setores estratégicos.
A pauta da imigração qualificada também tem sido impulsionada por grandes líderes do setor tecnológico. Elon Musk e outros executivos do Vale do Silício defendem a expansão dos vistos de emprego, em especial para áreas relacionadas à inteligência artificial e STEM. O argumento central é que, sem a incorporação de talentos estrangeiros, os Estados Unidos correm o risco de perder competitividade em setores-chave da economia global.
Brasileiros e a imigração para os EUA
Historicamente, o Brasil tem ocupado lugar de destaque na emissão de vistos norte-americanos. 2019 marcou um recorde, com a concessão de aproximadamente 20 mil green cards a brasileiros. Em 2024, foram concedidos cerca de 9 mil green cards, com predominância nas categorias de emprego (EB-2, EB-3 e EB-4), além de 700 vistos familiares. Dentro das categorias de emprego, o EB-2 concentrou profissionais com alto nível de formação e experiência comprovada.
Embora o Brasil não possua tratado para o visto E-2, que permite a residência temporária por meio de investimentos, brasileiros com dupla cidadania — como a portuguesa — têm aproveitado essa oportunidade. Em 2024, foram aprovados 142 vistos E-2 para brasileiros, uma leve queda em relação a 2023 (146 aprovações), mas que demonstra interesse crescente nesse caminho.
O EB-1 ganhou relevância ainda maior no início do ano fiscal de 2025. Apenas no primeiro trimestre (a partir de outubro de 2024), o USCIS recebeu 7.338 petições na subcategoria EB-1A, destinada a indivíduos de habilidade extraordinária — um aumento de 56% em relação ao trimestre anterior. Considerando todas as subcategorias, foram mais de 13 mil petições em três meses, volume muito acima dos padrões registrados antes da pandemia.
O Brasil figura entre os cinco países que mais apresentaram petições EB (I-140) no ano fiscal de 2024, ao lado de Índia, China, Filipinas e Nigéria, consolidando-se como uma das principais origens de profissionais altamente qualificados que buscam contribuir para a economia norte-americana.
Para a advogada de imigração Dra. Ingrid Domingues McConville , que atua há mais de três décadas em processos de vistos baseados em emprego, os números refletem uma tendência clara:
“Os Estados Unidos estão em busca de profissionais especializados que possam agregar valor imediato à sua economia. A demanda é especialmente forte em áreas técnicas e de inovação. Brasileiros com formação sólida e experiência internacional têm uma janela de oportunidade importante para se posicionarem nesse cenário.”
Acompanhe a Dra.Ingrid Domingues McConville e saiba mais sobre vistos e imigração.