A Copa Brasil de Vela 2023 foi concluída neste sábado (14) na Escola de Vela Lars Grael, Ilhabela (SP), com mais de 80 velejadores na raia do Canal de São Sebastião. O tradicional evento foi organizado pela Prefeitura de Ilhabela – Secretaria de Esportes e pela CBVela, com apoio do Comitê Brasileiro de Clubes – CBC.
As regatas serviram como seletiva para o Mundial da Juventude 2023, que será em Búzios (RJ), no mês de dezembro e por isso atraíram vários representantes da nova geração, principalmente nas classes 420, ILCA e IQFoil. O campeonato teve ainda atletas do Optimist, Dingue, Snipe e Finn.
O evento, que tradicionalmente ocorre em Ilhabela (SP) nos meses de outubro, foi concluído com vento forte de até 20 nós com muita onda na raia. Essas condições foram constantes durante toda a semana no litoral norte paulista.
Para Marco Aurélio de Sá Ribeiro, presidente da CBVela, o sucesso da Copa Brasil precisa ser dividido com a prefeitura local por meio do prefeito Toninho Colucci, do CBC e de toda a comunidade de vela.
”Quero exaltar a presença de todos os velejadores que vieram de longe como os atletas do Rio Grande do Sul, Brasília e de vários locais para competir aqui essa semana com vento forte. A Escola de Vela Lars Grael fez um trabalho muito bom dando suporte a todas as nossas operações. Voltaremos em 2024 no evento que marcará o primeiro de alto-rendimento depois das olimpíadas de Paris 2024 e o início da preparação de Los Angeles 2028”.
Responsável pela área de eventos da CBVela, Walter Böddener destacou a área técnica da competição, que segundo ele teve um altíssimo nível, principalmente com os atletas da Vela Jovem. ”Tivemos ventos todos os dias, de 14 a 20 nós, que exigiu muito dos atletas. Foi uma ótima preparação para o Mundial da Juventude de Búzios. Para os mais novos, como Op, nos impressionou a coragem deles para enfrentar essas condições muitas das vezes adversas”.
Mais de 80 atletas de todas as idades, principalmente os da Vela Jovem, participaram da disputa envolvendo as classes ILCA, Finn, 420, Optimist, IQFoil, Snipe e Dingue. A competição tem o objetivo de formar novos nomes da modalidade e dar chance aos atletas de competir em várias condições de regata, em uma das raias mais famosas do país.
”A Copa Brasil de Vela tem muita relevância na modalidade, pois ocorre há anos. Com isso os velejadores conseguem se planejar para correr o campeonato e treinar. E Ilhabela oferece uma estrutura única na Escola de Vela Lars Grael e nas raias da ilha. A comunidade de vela aqui e nas cidades próximas se reúnem neste período e se divertem na competição”, disse Marco Aurélio de Sá Ribeiro, presidente da CBVela.
Nesta sexta-feira (13), a comissão de regatas foi para o Canal de São Sebastião para realizar provas para todas as categorias. Mas as condições não foram favoráveis até o início da tarde com a bandeira de RECON hasteada para as classes ILCA 7, 6, 4, Snipe, 420, Dingue e Optimist.
Como citado, o último dia colocou a prova o preparo físico e a coragem dos velejadores, já que navegar em barcos pequenos com muita onda e ventos fortes não é uma situação fácil nem para os mais experientes.
Entre as classes mais desafiadoras está a IQFoil, a nova prancha à vela do calendário olímpico e pan-americano. Quem dominou o campeonato de ponta a ponta foi Guilherme Plentz (CDJ/CBC). O atleta gaúcho teve 100% de aproveitamento em nove provas, superando Guilherme Munhoz (Tempo) e Gabriel Munhoz (Tempo). A melhor do feminino foi Sofia Rocha (ICB-DF/CBC).
”Ventou todos os dias, né? Deu pra treinar bastante na classe IQFoil e o campeonato foi legal, me preparando para os próximos desafios da temporada. A Copa Brasil sempre é especial e venho correr aqui desde 2016”, disse Guilherme Plentz.
Na classe Finn, o evento valeu também como Sudeste Brasileiro, e o título ficou com o Antônio Moreira (CNC/MB). O atleta de Niterói (RJ) levou o título vencendo todas as regatas e deixando para trás Robert Rittscher (YCI) e Cristiano Ruschmann (BL3).
A categoria 420, que está no Mundial da Juventude, Leonardo Caminha e Henrique Becker (VDS/CBC) superaram Augusto Mateus e Lucas Flores (VDS/CBC) e levaram a medalha de ouro para Porto Alegre (RS).
Entre os Dingues, Rwann Caique e Heitor Pires (EVI) subiram no lugar mais alto do pódio superando Ana Freitas e Cecília Junqueira (EVI) e Hugo Henrique e Claudio Spaggari (EVI).
No Snipe, Juninho de Jesus e William Moura (YCI/EVI) foram os vencedores. Ronyon Oliveira e Otávio Cardoso (EVI) ficaram em segundo e Marcelo Bellotti e Douglas Said (ICS) em terceiro.
Ester Machado (EVI) no estreante e Felipe Fridrich (EVI) no veterano foram os campeões na classe de introdução à vela. O resultado foi comemorado pelo treinador Thiago Marassal. ”A gente sabe que é uma baita experiência. A molecadinha mandou ver porque o vento estava muito forte. Nós tivemos dias bem diferentes, mas todos eles com vento. Eles saem do Optimist e daqui pra frente já vai ficando mais fácil, mais tranquilo”.
Entre os ILCAs, as três divisões tiveram os seguintes campeões: ILCA 4 COM Renato Lunetta (ICB-DF/CBC), ILCA 6 com Felipe Fraquelli (VDS/CBC) e ILCA 7 com João Pedro Souto (ICRJ/MB).
Apoio à vela Jovem
A vela brasileira tem como destaque o Núcleo de Base do programa da Confederação Brasileira de Vela – CBVela junto ao Ministério do Esporte pelo Convênio 920223/2022.
O projeto ajuda no fomento à modalidade desde o ano passado. Sede da Rio 2016 e de outros grandes eventos da vela, a Marina da Glória, na capital fluminense, recebe adolescentes entre 13 e 17 anos para treinos visando eventos nacionais e internacionais da Vela Jovem. Outros campings de treinamento foram realizados no Clube Naval Charitas, em Niterói (RJ).
O trabalho leva jovens atletas a se aperfeiçoarem na modalidade, com o propósito de levá-los ao alto-rendimento, incluindo participações em classes olímpicas e pan-americanas.
Sobre a CBVela
A Confederação Brasileira de Vela (CBVela) é a representante oficial da vela esportiva do país nos âmbitos nacional e internacional. É filiada à Federação Internacional de Vela (World Sailing) e ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB), além de ter o Comitê Brasileiro de Clubes (CBC) como parceiro no fomento à Vela nacional.
A vela é a modalidade com o maior número de medalhas de ouro olímpicas na história do esporte do Brasil: oito. Ao todo, os velejadores brasileiros já conquistaram 19 medalhas em Jogos Olímpicos.
A CBVela foi a primeira confederação esportiva brasileira a integrar a Rede Brasil do Pacto Global da ONU e a incorporar a agenda global da sustentabilidade – a Agenda 2030, com seus 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) – ao seu planejamento estratégico.
Foto: Caio Souza