Foto: Divulgação/SDR
Palestras, oficinas, cirandas para crianças e apresentações culturais, marcaram o III Festival de Sementes Crioulas da Bahia e a Feira da Agrobiodiversidade, realizados em Jacobina. Promovido pelo Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), o evento contou com o apoio do Governo do Estado, por meio da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), Prefeitura Municipal de Jacobina e de parceiros como a Embrapa e o Conselho de Desenvolvimento Territorial (Codeter).
Com o tema ‘Cultivando Sementes: Por soberania alimentar no enfrentamento à fome’, o Festival trouxe para Jacobina toda a diversidade produzida pelos povos camponeses da Bahia. Agricultores(as) de comunidades quilombolas, indígenas e de fundo e fecho de pasto apresentaram suas sementes, histórias e culturas para discutir formas de assegurar o direito de produzir alimentos saudáveis, livres de agrotóxicos e de transgenias, além de defender políticas públicas com foco na soberania alimentar da Bahia e do Brasil.
“A preservação das sementes crioulas é uma questão central para o MPA e tem um papel fundamental para que consigamos alcançar a soberania alimentar dos povos”, destacou Saiane Santos, dirigente nacional do MPA.
A Bahia tem se destacado na implantação de ações para a preservação das sementes crioulas cultivadas pelas famílias agricultoras por gerações e que, além de proporcionarem segurança alimentar e nutricional, contribuem para a preservação dos biomas e das espécies nativas e adaptadas de forma agroecológica, sejam elas animais ou vegetais.
Foto: Divulgação/SDR
“Por meio do projeto Pró-Semiárido, a CAR implantou uma metodologia de trabalho que culmina em festivais como esse, e que é hoje referência para outros estados e projetos no Brasil e no mundo. Essa metodologia fortaleceu o papel dos/as guardiões/ãs de sementes, verdadeiros defensores da agrobiodiversidade”, pontuou o subcoordenador do componente Produtivo e Acesso a Mercados do Pró-Semiárido, Carlos Henrique Ramos.
O projeto Pró-Semiárido é executado pela CAR, empresa vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), e cofinanciado pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA).
O superintendente da Bahiater, Lanns Almeida, representou o secretário da SDR, Osni Cardoso. Ele apontou a necessidade de se produzir as sementes crioulas em larga escala e destacou a importância do amparo legal para dar capilaridade às ações em torno da agricultura de base agroecológica. “Para ter assegurado o direito de se produzir e consumir alimentos saudáveis precisamos transformar a militância em política pública e em lei”.
A guardiã Adelice Pereira, da comunidade Paraíso, em Jacobina, tem catalogadas 210 espécies guardadas no seu banco de sementes crioulas. Ela trouxe uma parte do seu tesouro para o Festival. “Eu sou muito alegre e satisfeita de produzir essas sementes naturais. A gente come natural da semente que a gente mesmo planta. A gente vende, troca com alguém por alguma variedade que não temos, e vamos fazendo esse trabalho que me deixa muito feliz”.
Fonte: Ascom/SDR
Gov. Bahia