Home Estilo e Vida Saúde Hiperparatireoidismo: como identificar e tratar a doença
Saúde

Hiperparatireoidismo: como identificar e tratar a doença

Envie
Default Featured Image
Envie

Existem quatro glândulas paratireoides no corpo humano. Elas são do tamanho de um grão de arroz, ficam em cada um dos quadrantes da tireoide, no pescoço e produzem o hormônio paratormônio (PTH). Quando há a produção excessiva do hormônio, configura-se um quadro de hiperparatireoidismo.

O hormônio é responsável por manter o equilíbrio dos níveis de cálcio, vitamina D e fósforo no sangue e nos tecidos que precisam desses nutrientes. Atua na reabsorção de cálcio nos rins, na maior absorção de cálcio da alimentação no intestino e na remoção do cálcio armazenado nos ossos a ser liberado na corrente sanguínea.

O hiperparatireoidismo é mais comum no sexo feminino, em pessoas com mais de 60 anos e com condições específicas, como síndromes da neoplasia endócrina múltipla, uma desordem que afeta diversas glândulas; exposição à radiação em tratamento contra o câncer; uso prolongado de lítio, quando se tem transtorno bipolar; e se houver histórico de deficiência de cálcio e vitamina D.

Tipos e causas  

Existem formas diferentes de classificar o hiperparatireoidismo, conforme o motivo do surgimento. O primário é quando uma doença das próprias paratireoides faz uma ou mais delas trabalhar a mais, gerando uma secreção abundante do hormônio PTH, devido a um adenoma ou crescimento dessas glândulas.

Já o hiperparatireoidismo secundário ocorre quando há um distúrbio no metabolismo do corpo que estimula as paratireoides e que provoca diminuição dos níveis de cálcio e de fósforo na circulação. Pode ocorrer devido à insuficiência renal crônica ou deficiências severas de cálcio e/ou vitamina D.

O tipo terciário é menos comum e acontece quando as paratireoides passam a produzir mais PTH por conta própria. Pode surgir algum tempo depois do secundário.

Sintomas  

Como outras doenças, nem sempre o hiperparatireoidismo provoca sintomas nas fases mais iniciais. Quando há sinais, os mais comuns são desenvolvimento de pedras nos rins; ossos frágeis e maior risco de fraturas; dor nos ossos e nas articulações; depressão; esquecimento; cansaço excessivo; fraqueza muscular; sede em excesso; dor constante na barriga; aumento da vontade para urinar; desenvolvimento de insuficiência renal ou pancreatite; náuseas, vômitos e perda de apetite.

Como diagnosticar o hiperparatireoidismo 

A ausência de sintomas no começo aumenta a relevância de fazer exames de sangue de rotina, porque eles permitem a identificação de alterações nos níveis de cálcio e se o hormônio PTH estão maiores. Também são pedidos exames como dosagem de cálcio e fósforo na urina, por exemplo.

Para descobrir a causa, o médico vai solicitar o exame de cálcio iônico, que oferece a vantagem de se referir à fração do elemento fisiologicamente atuante. Se estiver elevado, pode ser hiperparatiroidismo primário, neoplasias ou excesso de vitamina D. Se estiver baixo, indica sinais de hipoparatiroidismo, de deficiência de vitamina D e de pseudo-hipoparatiroidismo.

Exames de radiografia contribuem para ajudar a identificar a doença, porque indicam ossos com desmineralização e osteoporose, além de anormalidades nos rins. Além disso, com ultrassonografia, cintilografia ou ressonância magnética da região do pescoço podem apontar alterações nas paratireoides.

Tratamento  

A primeira providência é estabilizar os níveis de cálcio. Para isso, conforme o caso, podem ser utilizadas diferentes estratégias, como a reposição hormonal, geralmente em mulheres após a menopausa.

Outra é a adoção de medicamentos bifosfonados que contribuem para ampliar a deposição de cálcio nos ossos, reduzindo a quantidade livre no sangue. Também podem ser indicados calcimiméticos, que imitam o cálcio que circula no sangue e pode ajudar as glândulas a liberarem menos paratormônio.

A automedicação não é recomendada. Qualquer medicação pode desencadear efeitos colaterais e só pode ser usada conforme prescrição médica. O ideal é sempre procurar um endocrinologista.

Em outros casos, há a opção da retirada das glândulas afetadas. A cirurgia feita por pequenas incisões e anestesia local é o tratamento mais comum para o hiperparatireoidismo primário e cura na maioria dos casos. Há raras chances de complicações, que incluem danos às cordas vocais e uso de suplementos de cálcio e vitamina D.

No caso do hiperparatireoidismo secundário, é necessário fazer o correto acompanhamento e tratamento da insuficiência renal, com reposição dos níveis de vitamina D e de cálcio que estão diminuídos.

A mudança na dieta também pode ajudar, com consumo de alimentos ricos em cálcio e em vitamina D e com hidratação constante, de preferência com água. A prática de atividades físicas ajuda no fortalecimento dos ossos. O tabagismo deve ser abandonado.

Inscreva-se para receber notícias sobre Saúde

Envie

RBN Stories