Não basta estar atento às taxas de juros, à liquidez, segurança, rentabilidade e outros tantos fatores que permeiam o universo dos investimentos para se ter uma carteira de sucesso, com ganhos acima da média. É claro que um bom conhecimento sobre questões que podem influenciar o rumo de suas finanças é fundamental, no entanto, há uma ferramenta de investimentos que pode elevar, e muito, seus ganhos se utilizada de maneira correta: a criatividade.
Fundador da Cespe Investimentos, Tiago Cespe destaca uma modalidade, relativamente nova, possível apenas por conta da atual taxa de 13,75% da Selic: o financiamento de imóveis como investimento. “Nos últimos seis meses presenciamos um aumento de 600% na taxa Selic, indo de 2% para 13,75%, enquanto que os juros do financiamento tiveram um aumento muito mais modesto, de 7% para 9,5% ao ano. E é esse cenário, onde os juros do financiamento são menores do que a Selic, que permite essa estratégia” – explica Tiago.
Resumidamente, quem tem o dinheiro para pagar o imóvel à vista, separa uma pequena parte como entrada e aplica o restante, que irá lhe render 13,75% ao ano. Já o valor financiado, ele pagará entre 7% e 9,5% ao ano, que são os valores fixados pelo financiamento imobiliário. “A matemática é bem simples: receber juros de quase 14% enquanto paga juros menores de 10%. Algo muito raro de acontecer em se tratando de Selic e crédito imobiliário” – pontua.
Embora essa diferença de taxas de juros acabe gerando uma ótima oportunidade na aquisição de um imóvel, é importante frisar que essa modalidade de negócio é mais interessante para aqueles que conseguem investir nos mercados financeiros e imobiliário, ou seja, aqueles que disponham do dinheiro para comprar o imóvel à vista. “Outra vantagem em se utilizar do crédito imobiliário é que os bancos fazem um minucioso trabalho de diligência, verificando se o imóvel possui pendências na justiça, uma vez que ele será garantia em caso de não pagamento do crédito” – complementa.
No entanto, é preciso que a modalidade faça sentido no portfólio do investidor. Mesmo sendo uma ótima oportunidade há sempre alguns riscos a se considerar em se tratando de prazos longos entre financiamento e rendimento: a queda do rendimento de certas aplicações financeiras e a mudança brusca na curva de juros tornando o financiamento desvantajoso são algumas delas.
Em ambos os casos há sempre a possibilidade de antecipação do pagamento do saldo devedor: “É muito importante que o investidor procure auxílio profissional nas tomadas de decisões que julgue ser momentaneamente vantajosas, pois uma análise mais aprofundada o colocará a par dos riscos envolvidos. Não somente por isso, mas, sobretudo, para verificar se a modalidade de investimento está de acordo com seu perfil e se não outras que melhor se enquadrem em seu portfólio” – finaliza Tiago.