O díptico teatral Vista para as Montanhas e Um Passeio no Bosque, ambas do premiado autor norte-americano Lee Blessing, são encenadas ao mesmo tempo pela primeira vez no mundo, no Teatro Cacilda Becker, de 2 a 25 de junho.
Desde 2019, Blessing e o ator Beto Bellini (também produtor dos espetáculos) vem trocando impressões sobre o espelhamento da polaridade ideológica entre EUA e Brasil e a relevância das peças no cenário atual – o que motivou a realização deste projeto.
Sobre a estreia, o dramaturgo Lee Blessing, diz que “Vista para as Montanhas é uma peça que, além de ter o tom que nos faz presos a idealizações políticas, é também sobre o conceito de família em nossa sociedade. Como essas duas esferas de experiência se conectam é para mim o coração da peça”.
“A peça explora como a atual polarização política extrema em nossa sociedade voltou para casa e ameaça não apenas nossa nação, mas os laços íntimos que unem as famílias. Uma peça mordaz e divertida que explora política, dinheiro e poder através de um olhar das montanhas’, conta o dramaturgo norte-americano sobre o espetáculo que é sequência de Um Passeio no Bosque, sucesso de público em 2019 quando estreou em São Paulo.
Um pouco sobre cada espetáculoA estreia é do espetáculo Vista para as Montanhas, que ganha uma montagem inédita dirigida por Pedro Granato (também encenador do espetáculo Veraneio, sucesso de público e crítica, em cartaz no Teatro Faap) e elenco é composto por Beto Bellini, Gustavo Merighi, Lena Roque, Samya Pascotto e Pedro Miranda.
A trama se passa em 2014, 30 anos depois do primeiro ataque nuclear e da construção da profunda e respeitosa amizade entre os dois diplomatas. Em sua casa em Hudson, Nova Iorque, John e sua esposa Isla recebem em casa Will e Gwynn, o filho do primeiro casamento dele e a sua nora.
Depois de ter tido um papel extremamente importante para a criação de tratados de controle do arsenal nuclear durante a Guerra Fria, John, agora aposentado, continua um idealista de esquerda, filiado ao partido Democrata. Seu filho Will é um pragmático jovem senador da direita, filiado ao partido Republicano, que está prestes a se tornar vice-presidente dos Estados Unidos na próxima eleição.
Eles se odeiam e não se falam há décadas, mas John chama o filho para tentar forçá-lo a abandonar a carreira política, sob a ameaça de divulgar uma carta que pode comprometer a sua candidatura. O conflito entre os dois chega ao clímax da violência física, com uma mistura de humor ácido e momentos constrangedores.
Já Um Passeio no Bosque estreou em 2019 sob a direção de Marcelo Lazzaratto e traz no elenco os atores Gustavo Merighi e Beto Bellini, que também esteve em uma montagem do mesmo texto no começo dos anos 2000.
Cena de Vista para as Montanhas
A obra, escrita em 1988, revela o encontro entre dois diplomatas representantes de potências adversas em um bosque na Suíça, uma terra de neutralidade e perfeição cívica. Um deles é o russo Botvinik, com larga experiência diplomática e cético em relação ao próprio trabalho; o outro, o jovem americano idealista John, com firme crença no poder da diplomacia e em sua habilidade pessoal.
O mais velho está mais propenso a estabelecer uma relação de amizade com o outro, sem formalidades, e usa os mais variados recursos para vencer os obstáculos em seu caminho. Já o jovem e menos experiente acredita que pode salvar o mundo com seu plano e prefere o argumento direto, objetivo protocolar. Eles não conseguem salvar o mundo mas, quase se tornam amigos.
Grandes questões da política internacional – a guerra ou a paz – são tratadas permanentemente pelos dois diplomatas, frustrando a ambos, pois o poder prefere utilizar-se delas em seu próprio benefício e segundo as conveniências do momento.
Sobre Lee Blessing – autorO premiado autor Lee Blessing nasceu em 1949, em Minneapolis, nos Estados Unidos e se formou na Universidade de Minnesota. Ele ficou conhecido mundialmente pela premiada peça “Um Passeio no Bosque”, que ganhou montagens em vários países.
Entre os principais prêmios de sua carreira estão American College Theater Festival Award, American Theater Critics Association Award, Humanitas Prize Award, Guggenheim Fellowship e National Endowment for the Arts Grant, além de indicações para o Pulitzer e o Tony Award.
Outras peças escritas por ele são “Patient A”, “The Scotttish Play”, “Fortinbras”, “The Road that Leads Here”, “For the Loyal”, “Courting Harry” e “When We Go Upon the Sea”.
Vista para as MontanhasFicha TécnicaAutor: Lee BlessingTradutor: Claudio BotelhoDiretor: Pedro GranatoElenco: Beto Bellini, Gustavo Merighi, Lena Roque, Samya Pascotto e Pedro MirandaDiretora de Produção: Erika BarbosaIluminadora: Laiza MenegassiCenógrafo: Diego DACFigurinista: Samya PascottoProgramador Visual: Renan MarcondesProdutores Executivos: Beto Bellini e Gustavo MerighiAssessoria de imprensa: Pombo CorreioMídias Sociais: Carolina RomanoAssistente de Produção: Pedro Ivo Pires, Giovanna Braunstein e Giovanna GargioneAssistentes de Direção: Carolina Romano e Camila JohannVisagista: Susi MerighiOperador de Luz: Pietro MachicaoOperador de Som: Pedro Ivo PiresEquipe de Filmagem: Renato Heleno – Meridiano FilmesFotografia: Lucas Rocha
Sinopse“Vista para as Montanhas”, é a continuação da peça de Lee Blessing. Hudson, Nova Iorque , 2014. Um casal mais velho: John e Isla, ricos, recebem em casa o filho do primeiro casamento dele, Will e a mulher Gwynn. John é um diplomata aposentado, idealista, de esquerda, do partido Democrata, que no período da Guerra Fria participou ativamente, com a União Soviética, de assinaturas de tratados para o controle do arsenal nuclear das duas superpotências. Seu filho, Willl, pragmático, de direita, hoje é um jovem senador do partido Republicano, prestes a se tornar vice-presidente na eleição que se aproxima.Os dois se odeiam e não se falam há décadas. John o chama para o encontro para forçá-lo a abandonar a carreira política sob a ameaça de divulgar uma carta que pode comprometer sua candidatura. A relação conflituosa entre pai e filho chega ao clímax da violência física, com uma mistura de humor ácido, com momentos constrangedores e por quê não cômicos?
ServiçoVista para as MontanhasTemporada: 2 a 24 de junho, às sextas e aos sábados, às 21hTeatro Cacilda Becker – Rua Tito, 295, LapaIngressos: R$20 (inteira) e R$10 (meia-entrada)**A bilheteria abre uma hora antes do início do espetáculo.Telefone: (11) 3864-4513Capacidade: 198 LugaresClassificação: 14 anosDuração: 90 minutos@teatrocacildabeckerteatrocacildabecker@prefeitura.sp.gov.br
Um Passeio no BosqueFicha TécnicaAutor: Lee BlessingTradutora: Barbara HeliodoraDiretor: Marcelo LazzarattoAdaptação para Teatro Cacilda Becker: Beto Bellini e Gustavo MerighiElenco: Beto Bellini e Gustavo Merighi Direção de Produção: Erika BarbosaProdução Executiva: Pedro Ivo PiresFigurinos: Ricardo Pettine e Tina JoséIluminador: Marcelo LazzarattoCenografia: Marcelo LazzarattoCenografia (adaptação para Teatro Cacilda Becker): Diego DAC e CWCenotécnico: José Roberto TomasimProgramador Visual: Ivam VinagreAssessoria de imprensa: Pombo CorreioFotos: Kim LeekyungVisagista: Suzi MerighiAssistentes de Produção: Pedro Ivo Pires, Giovanna Braunstein e Giovanna GargioneAssistentes de Direção: Thaís RossiOperadora de Luz e Som: Juliana MorimotoEquipe de Filmagem: Renato Heleno – Meridiano Filmes e Lucas Rocha
SinopseNum jogo emocionante e engraçado, um diplomata russo e outro americano, encontram-se em um bosque na Suíça para discutir um tratado de desarmamento nuclear em quatro cenas, nas quatro estações do ano. O russo um veterano e desencantado profissional que insiste em acordar uma amizade, antes de mais nada, e o jovem americano que acredita piamente que pode salvar o mundo com seu plano e, por tanto, recusa a amizade, valorizando o profissionalismo. Eles não conseguem salvar o mundo, mas quase se tornam amigos. O encontro é um fracasso muito bem-sucedido.
ServiçoUm Passeio no BosqueTemporada: 4 a 25 de junho, aos domingos, às 19hTeatro Cacilda Becker – Rua Tito, 295, LapaIngressos: Grátis, distribuídos uma hora antes de cada sessãoTelefone: (11) 3864 4513Capacidade: 198 LugaresHaverá também a versão online para a plataforma Cultura em Casa.Classificação: 14 anosDuração: 90 minutos@teatrocacildabeckerteatrocacildabecker@prefeitura.sp.gov.br