Música
Do jornalismo à música: conheça Ro Araujo
Cantora de Nova Iguaçu lança seu álbum de estreia “Afruturo”
Ro Araujo, jornalista de formação e cantora por paixão, apresenta em Afruturo um álbum que é a materialização de um sonho adiado. Após um momento traumático que a fez confrontar sua própria mortalidade, a artista decidiu mergulhar de cabeça na música, criando um trabalho que reflete suas múltiplas influências e vivências. Nascida em Nova Iguaçu, Ro Araujo traz para o disco a essência de sua terra natal, mas também navega por referências latinas e norte-americanas, criando um pop brasileiro que é ao mesmo tempo local e universal. Com participações de Ju Santana, Ananda Jacques e Aiane, o álbum é um testemunho da força das redes de mulheres na música.
“O projeto é o sonho de uma vida, porém a decisão de realmente escrever, gravar e lançar tomou forma há poucos meses atrás, após um momento traumático na minha vida em que corri risco de morte. Foi neste momento que reconheci a urgência de resgatar esse sonho, falar sobre temas que realmente são importantes pra mim e parir minhas próprias ideias”, revela Ro Araujo.
O disco sucede o lançamento dos singles “Raridade” e “Nesse som”, o último lançado também com um videoclipe produzido por meio da Lei Paulo Gustavo e que conta com versão audiodescritiva e com Libras. Com mais de 50 mil visualizações, o vídeo é um jongo-funk que enaltece a cultura brasileira, com a participação de dançarinos, capoeiristas, skatistas, o grupo Baque Mulher, entre outros. Gravado em Nova Iguaçu, terra natal da cantora, e em pontos importantes para a história cultural afrodescendente no Brasil, tais como Cais do Valongo, Arcos da Lapa e Praça Mauá, todos na cidade do Rio de Janeiro.
Conheça Ro Araujo
Jornalista por formação, Ro Araujo começou a fazer aulas de canto em 2015, na Escola de Música Villa-Lobos e na Escola de Choro, enquanto trabalhava como editora de novelas na Rede Globo. Na mesma época, começou a tocar percussão em um bloco de carnaval e foi assim que começou a cantar profissionalmente, se apresentando nos eventos e compondo o samba-enredo, em 2017. Em 2018, decidiu se dedicar totalmente ao seu sonho de trabalhar na música
Ser mulher na música é saber navegar nas redes e, com elas, se erguer. Em 2019, Ro Araujo conhece o Movimento das Mulheres Sambistas, onde se sentiu acolhida e teve pela primeira vez a sensação de estar entre iguais. Em 2022, participa da residência artística do Programa Mulheres Artistas em Residência, do Coletivo MARES, no Rio de Janeiro, e lança um disco autoral com seis músicas compostas por ela.
“Foi muito importante pra mim esse momento pois conheci muitas parceiras não só de música, mas de vida, com quem troco até hoje. Mais uma vez a rede de mulheres me elevando e impulsionando minha relação com a música”, relembra Ro Araujo.
Sua estreia na carreira solo acontece em 2023, com o single e clipe “Mulher Negra”, que impacta a trajetória da artista pra sempre: pela primeira vez recebe haters, comentários negativos por ela ser uma mulher negra de pele clara. Embora a questão seja complexa, Ro Araujo reconhece que o assunto tem sido abordado no Brasil e está evoluindo. A experiência deste lançamento impulsionou o posicionamento político da artista em sua carreira, abordando em suas letras assuntos como ancestralidade, pressão estética, cultura negra, entre outros.




