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Diversificação como estratégia de sucesso

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Shyrley Cristofoletti
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Como administrar 19 empresas de diferentes segmentos e transformar a pluralidade de negócios em sinergia

 

Quando falamos de diversificação corporativa, raramente a conversa é tão prática quanto quando vem da ponta: quem vive, diariamente, a operação de unidades que vão de buffets infantis a institutos de estética, passando por restaurantes, distribuidora de vinhos, cenografia e locação de equipamentos. Shyrly (ou Shyrley) Cristofoletti, CEO do Grupo Lush Eventos, lidera hoje um ecossistema de 19 empresas. A experiência dela demonstra que a diversificação, quando bem governada, deixa de ser um quebra-cabeça para virar uma vantagem competitiva clara aumento de faturamento via cross-sell, diluição de riscos, otimização de custos e fortalecimento da marca-mãe.

“Diversificar não é ter tudo; é fazer poucas coisas diferentes muito bem integradas. A nossa prioridade é sempre a experiência do cliente se a jornada é coesa, cada marca do grupo se fortalece”, diz Shyrly Cristofoletti.

Abaixo, um guia prático, com dados operacionais sugeridos, falas da empreendedora, dicas táticas e um plano de ação para transformar pluralidade em sinergia.

1) Por que diversificar (benefícios estratégicos)

  • Mitigação de risco: setores com sazonalidade (eventos) podem ser compensados por receitas mais estáveis (distribuidora, estética).

  • Aproveitamento de ativos: equipamentos, espaços, fornecedores e equipes podem ser compartilhados entre empresas.

  • Cross-sell e aumento do ticket médio: clientes de buffet infantil podem ser potenciais clientes de restaurante, eventos corporativos, serviços de cenografia e vinhos.

  • Economia de escala: compras centralizadas, logística e contratos com grandes fornecedores reduzem custos.

  • Fortalecimento de marca: um ecossistema que entrega experiência 360° fideliza clientes.

“Um casamento entre buffet, cenografia e fornecedores de bebidas transforma um cliente em parceiro. Oferecemos solução, não apenas serviço.” Shyrly.

2) Governança: como organizar 19 empresas sem perder controle

  1. Holding com diretorias temáticas: manter a holding com áreas-chave (Finanças, Comercial, Pessoas, Operações, Inovação e Marca) que atuem transversalmente.

  2. Conselho estratégico e comitês operacionais: reuniões mensais do board para decisões estratégicas e comitês semanais (marketing, produto, compras) para execução.

  3. KPIs padronizados por cluster: cada unidade tem KPIs próprios, mas um conjunto mínimo de métricas (receita por cliente, margem bruta, NPS, churn, custo por lead) é consolidado para a holding.

  4. Sistemas integrados (ERP/CRM): um ERP unificado com dashboards por empresa e um CRM que permita ver a jornada dos clientes entre as marcas.

  5. Política de marca e playbooks operacionais: guias que garantem padrão de qualidade em atendimento, experiência e compliance.

Dica prática: crie um dashboard executivo que consolide 8 métricas-chave (veja seção “KPIs sugeridos”) e compartilhe com líderes toda segunda-feira. Transparência acelera decisões.

3) Estrutura financeira e alocação de capital

  • Centro de custo vs. centro de lucro: trate cada empresa como P&L separado na contabilidade, mas com política de rateio para custos compartilhados.

  • Fundo de reinvestimento interno: reservar uma porcentagem do lucro consolidado para inovações, expansão e amortecimento em crises.

  • Avaliação de performance por retorno sobre capital investido (ROIC): priorize alocação para unidades com maior retorno e potencial de sinergia.

“Temos uma disciplina: cada novo investimento precisa comprovar sinergia operacional com pelo menos duas empresas do grupo.” — Shyrly.

4) Operações: padronizar sem engessar a criatividade

  • Playbooks operacionais: checklists para montagem de evento, higienização em restaurantes, escalas de pessoal, fluxos de atendimento.

  • Central de compras e logística: negociar contratos únicos (ingredientes, descartáveis, materiais de cenografia) para reduzir custo unitário.

  • Escalas e banco de talentos: banco de profissionais qualificados (montagem, cozinha, estética) que podem ser alocados conforme demanda.

  • Qualidade como métrica não negociável: auditorias internas mensais e feedbacks estruturados dos clientes.

Dica: monte um time de “floating staff” (pessoal de apoio móvel) treinado para atuar em picos de demanda entre unidades.

5) Marketing e vendas: criar jornadas integradas

  • Jornada omnichannel: site, app, redes sociais e CRM conectados. Um cliente que compra o serviço de buffet recebe ofertas de vinho, design de cenografia e um pacote de estética para noivas, por exemplo.

  • Cross-selling estruturado: pacotes combinados e descontos condicionais (ex.: 15% off em decoração ao fechar buffet + som).

  • Eventos-vitrine: use alguns eventos como laboratório para testar oferecimento de novos serviços e para gerar conteúdo.

  • Conteúdo e autoridade: posicionar o Grupo Lush como referência em hospitalidade, com cases, vídeos de bastidores e reviews.

“Marketing para nós é curadoria de experiências — não vendemos só comida ou mesa, vendemos memória.” Shyrly.

6) Pessoas e cultura: o coração da sinergia

  • Cultura central, autonomia local: valores corporativos claros (hospitalidade, qualidade, inovação) aplicados com flexibilidade operacional.

  • Programa de liderança e sucessão: identificar talentos internos e treinar gerentes que entendam múltiplos segmentos.

  • Plano de benefícios integrado: programas de saúde, formação e incentivo atrelados a metas de grupo e de unidade.

  • Reconhecimento e feedback: bônus por metas de cross-sell e por indicadores de NPS.

Dica: realize imersões trimestrais onde equipes de diferentes empresas trocam experiências e aprendizados.

7) Tecnologia e inovação

  • Plataforma de CRM única: rastrear jornada do cliente em todo o ecossistema.

  • Ferramentas de gestão de eventos: integrar checklists digitais, controle de estoque e timelines de montagem.

  • Automação de marketing: e-mail, SMS e automações de oferta de serviços complementares.

  • Data Lake para decisões: centralizar dados operacionais para análises preditivas (picos de demanda, mix de vendas, precificação dinâmica).

8) KPIs sugeridos (consolidação trimestral)

Métrica

Objetivo sugerido (exemplo)

Por quê

Receita consolidada

Crescimento mensal > 3% (meta exemplificativa)

Medir tração do grupo

Margem bruta por unidade

≥ 60% (restaurantes podem variar)

Identificar unidades com margem compressa

Taxa de cross-sell

% de clientes que compram 2+ serviços

Medir sinergia comercial

NPS médio grupo

> 70

Qualidade da experiência

Utilização de ativos

Horas de uso por equipamento/semana

Otimização de ativos

Custo por lead (CPL)

Benchmark por canal

Eficiência de marketing

Taxa de ocupação (eventos)

% eventos ocupados/mes

Aproveitamento operacional

Observação: os objetivos devem ser calibrados pela área financeira conforme histórico real do grupo. Os números acima são exemplos ilustrativos para criação de metas.

9) Plano de 12 meses para capturar sinergias (cronograma prático)

  1. Meses 0–2  Diagnóstico: mapear fluxos, contratos, fornecedores, KPIs e sistemas.

  2. Meses 3–4  Quick wins operacionais: consolidar compras e padronizar playbooks essenciais.

  3. Meses 5–7  Integração tecnológica: CRM único, dashboards e automação de marketing.

  4. Meses 8–10  Lançamento de ofertas combinadas: pacotes integrados e campanhas de cross-sell.

  5. Meses 11–12  Medir & Escalar: medir resultados, ajustar e preparar próximas iniciativas de expansão.

Impacto esperado (exemplo): redução de custos operacionais (compras/logística) e incremento de vendas via cross-sell metas iniciais podem girar em torno de 5–15% de aumento de receita por cluster dependendo da execução.

10) Riscos e como mitigá-los

  • Perda de foco: mantenha comitês que validem novos projetos com critérios claros (sinergia x retorno).

  • Complexidade fiscal e trabalhista: equipe jurídica/tributária ativa e auditorias periódicas.

  • Diluição de marca: política de brand architecture (marcas independentes vs sub-marcas).

  • Integração tecnológica falha: projeto piloto antes do roll-out completo.

11) Exemplos de iniciativas de sinergia (baixo custo, alto impacto)

  • Pacotes “evento completo” (buffet + cenografia + bebidas) com logística integrada.

  • Programa de fidelidade único que pontua em todas as empresas do grupo.

  • Workshops e vivências (gastronomia + bem-estar) para promover produtos cruzados.

  • Locação internalizada de equipamentos entre empresas do grupo, reduzindo gastos com terceiros.

“Um cliente que confia em uma marca do grupo já traz potencial de compra para outras. Nosso trabalho é tornar essa jornada natural e irresistível.” — Shyrly.

12) Como mensurar sucesso checklist rápido

  • Consolide P&L por empresa e por cluster mensalmente.

  • Acompanhe taxa de cross-sell e origem dos leads via CRM.

  • Meça NPS e tempo médio de resolução de problemas.

  • Revise contratos e renegocie com base em volumes consolidados.

  • Faça reuniões mensais entre CEOs/diretores das empresas para feedback ágil.

Conclusão: Diversificação com propósito

Diversificar não é um fim em si: é um meio para construir resiliência e escala, desde que exista governança, disciplina financeira e foco na experiência do cliente. O caso do Grupo Lush 19 empresas sob uma visão única de hospitalidade mostra que pluralidade bem gerida pode transformar capacidades isoladas em um motor de crescimento sustentável.

“Para mim, sucesso é quando um cliente sai do evento emocionado e entende que cada detalhe foi pensado por um time que fala a mesma língua a nossa língua: hospitalidade”, conclui Shyrly.

 

Mais Sobre: 

Shyrly Cristofoletti é empresária e CEO do Grupo Lush Eventos, uma holding que reúne atualmente 19 empresas dos setores de entretenimento, buffets infantis, restaurantes, institutos de saúde e estética e uma distribuidora de vinhos, além de negócios voltados à locação de equipamentos e cenografia. Visionária e apaixonada por inovação, Shyrly se destaca por promover experiências únicas e por impulsionar o crescimento do setor gastronômico e de eventos, consolidando o Grupo Lush como referência em hospitalidade e bem-estar.

Diversificação como estratégia de sucesso

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