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Democracia sem povo – Gazeta24h
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Não será necessário sair ás ruas, ao estilo de Diógenes, com uma vela nas mãos, em plena luz do dia, a procura de um torcedor tricolor reclamando, aos quatro ventos, a defenestração da atual diretoria do Bahia. Eles estão em toda parte, perplexos e indignados.
Ainda bem que o BAHIA é uma Democracia…Temos Diretoria, Conselhos e votos. É uma Democracia sui generis. Não precisa de povo. Um novo estilo de Democracia, na qual o povo, ou seja os milhões de torcedores, espalhados pelo mundo afora, dela não participam. São soberanamente representados pelos sócios, um conjunto móvel de sábios, que tudo decide em nome do povo torcedor.
O povo torcedor se exprime aos milhões. Os sócios a uns poucos milhares. Os primeiros foram cozidos no caldeirão fervente das paixões. Os outros adquiriram a cidadania tricolor através do vil metal de suas mensalidades.
O país inteiro desconhece esse fenômeno político e o nosso BAHIA termina sendo o único clube brasileiro a ostentar o sublime título de uma Democracia. Mais nenhum, a não ser o intrépido Corinthians paulista á época de Sócrates e seus valentes guerreiros, os quais ousaram desafiar o regime político ditatorial, que vergava a Nação a seus miseráveis ditames. Era uma Democracia da palavra. A Democracia corinthiana era, de fato, a liberdade de expressão em tempos sombrios.
O nosso BAHIA, de tantos títulos e glórias, é uma Democracia sem povo. Que triste papel! Saímos da noite das trevas, para o feudalismo moral de uma democracia do silêncio, tão respeitosa em suas regras intrínsecas que passamos a cultuar o temor reverencial aos dirigentes e o repúdio aos campeões do passado.
Aí daqueles que, por cúmulo da distração, festejarem na mesma narrativa os campeões de 59 e 88 juntamente com os generais da época: Osório e Maracajá. É como se estivessem restaurando a monarquia de então e não as lídimas e memoráveis conquistas.
O “pandemônio”, como classificou o General De Gaulle o movimento de maio de 68 na França, parece se repetir no âmbito do nosso dessangrado BAHIA, no qual a democracia de que tanto se fala, não passa de uma oligarquia censitária, tal como tínhamos em priscas eras da nossa República.
A soberania popular, cuja legitimidade repousa no povo torcedor, é exercida pelos sócios, que a compra com suas contribuições pecuniárias e mensais. É uma Democracia sem fundamento, uma farsa, um embuste!
Repito: o fundamento da Democracia é a soberania do povo. Do povo torcedor, que clama pela destituição dos que levaram o nosso BAHIA ao circo de horrores que ora o atormenta.
Detentor inconteste da soberania fundamental, o povo torcedor, contudo, expia, em gritos desesperados, a impotência e a desgraça de sua paixão.
A Democracia assim, proclamada pelos oligárquicas, como o regime das liberdades e da soberania do torcedor se converte em um disfarce oligárquico, cujo maior desiderato é cortar a garganta e a voz das multidões, acobertar toda sorte de desmandos, desvios, incompetência e desastres.
Enumerá-los é perdulário e inócuo, pois quem não conhece as falácias que converteram a gestão tricolor em um caledoscópio de mentiras e ilusões?
A Nação Tricolor clama por uma oportunidade de se pronunciar e exercer algum papel na tão decantada Democracia, ora exercida, sem respeito ás regrais elementares de uma Democracia. Sob o véu da impunidade não podem perdurar as crenças políticas que fizeram do BAHIA adepto do politicamente correto, do multiculturalismo deformador da unidade nacional, da gastança perdulária e irresponsável, das dívidas astronômicas, das contratações de jogadores imprestáveis, enfim da crônica de uma morte anunciada.
FIM
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