Desafios não faltaram na vida de Marco. Ele enfrentou muitos obstáculos ao longo de sua trajetória musical. No início, o saxofonista queria tocar, mas não tinha apoio. Tentou de todas as formas, mas as oportunidades não apareciam. Na época, crianças não eram permitidas nos ensaios da banda de música. Ainda criança, Marco foi impedido de participar dos ensaios e de ver de perto a banda tocar.
“Na época, eu tinha apenas 10 anos. Eu saía correndo atrás da banda na Praça dos índios quando passavam em direção à igreja. Eu era aquela criança que corria atrás, sonhando em ser músico e estar no meio daqueles artistas.”
Marco correu em busca do seu sonho de tocar em uma banda. Apesar das dificuldades e das barreiras impostas por algumas pessoas, ele não desistiu.
Marco Jacinto Rodrigues, conhecido como Marco do Sax, vem de uma família muito pobre. Ele passou por muito sofrimento em São Benedito e tem o saxofone como seu maior instrumento de vida; é uma das suas maiores paixões desde a infância.
Apesar da vida simples e de não ter concluído os estudos, Marco se destaca por seu talento e afinidade com o saxofone. Sua carreira musical é marcada por suavidade, simplicidade e alegria — características que fazem dele um artista do povo que vale a pena ser ouvido.
O saxofone representa um amor da infância para Marco. Ele ouvia atentamente alguém tocar aquele instrumento, admirando a musicalidade com carinho. Foram anos de dedicação e aperfeiçoamento até se tornar o músico apaixonado que é hoje.
“Hoje sou conhecido como Marco do Sax; todo mundo me conhece na comunidade de São Benedito. Muita gente aprecia meu trabalho como saxofonista aqui na região da Ibiapaba. Fui batizado pelo povo com esse apelido porque executo bem essa obra que Deus me presenteou: o dom de tocar e fabricar esse grande instrumento, o saxofone. A engenharia envolvida no saxofone é significativa; só quem estuda ou quem nasce com esse dom sabe carregar o amor musical no coração”, diz ele.
Marco do Sax tem sonhos e projetos que pretende colocar em prática. Ele quer levar suas propostas para a assembleia.
“Se tivermos algum deputado lá dentro será ainda melhor; passará pela Câmara para aprovação. Melhorar a cultura em geral é uma das minhas propostas. Vamos começar do zero porque todos sabem que a cultura de São Benedito está morta há anos”, acrescenta.
Hoje, Marco luta por uma vaga na Câmara Municipal de São Benedito e, se eleito, pretende lutar pela cultura da cidade com projetos valiosos, como a inclusão de crianças na música.
“Eu pretendo planejar minha plataforma cultural como vereador. Tenho um bom conhecimento nessa área e vou buscar pessoas para trabalharmos juntos na mudança da cultura da minha cidade. Não se trata apenas de desenhar ou copiar; queremos mudar e criar algo novo. Podemos pegar uma lata do lixo e transformá-la em instrumento! Vou oferecer oficinas e cursos. Se eu estiver na Câmara Municipal, esse lado cultural ganhará um grande impulso”, finaliza.
Marco é uma das apostas para ocupar uma cadeira na Câmara dos Vereadores, com a esperança de que a música transforme a autoestima dos jovens enquanto resgata a cultura adormecida da cidade.