Plataforma de viagens seleciona experiências turísticas que conquistam milionários
Em junho deste ano, a Virgin Galactic realizou seu primeiro voo comercial rumo ao espaço sideral. A empresa, parte do grupo britânico Virgin – que atua nos mercados musical, de transporte, telefônica, alimentação, turismo e até Fórmula 1 -, desenvolve espaçonaves para levar turistas e cientistas em lançamentos suborbitais. No último dia 20, completam-se 54 anos desde que os norte-americanos Neil Armstrong e Buzz Aldrin chegaram à lua, conquista que parece ser o sonho de muita gente. Esqueça as Maldivas: de olho no lazer do seleto grupo de bilionários, o Hurb, empresa de tecnologia que está no mercado do turismo há mais de 12 anos, conta um pouco mais sobre essa e outras experiências extravagantes que atraem quem está com dinheiro sobrando na conta.
O primeiro voo comercial para o espaço foi curto, com cerca de 20 minutos, nos quais os passageiros experimentaram a sensação de gravidade zero. Com seis representantes da Força Aérea e da própria Virgin a bordo, a experiência foi um sucesso. No próximo dia 10, a empresa realiza sua segunda missão, levando um grupo de três britânicos, que foram premiados com a oportunidade em um sorteio da instituição sem fins lucrativos Space for Humanity. Mas a lista de espera daqueles que também querem chegar às alturas é longa: Leonardo Dicaprio, Tom Hanks e Lady Gaga são alguns nomes entre os mais de 800 que toparam desembolsar o mínimo de US$250 mil para chegar lá. Agora, a Virgin Galactic se junta a nomes como SpaceX e Blue Origin, que também buscam levar turistas ao espaço em breve.
Mas ver o planeta de longe não é a única forma de viver uma experiência turística extrema. Aqui na Terra mesmo, há muitas formas de viver desafios que se misturam ao lazer. Abaixo, o Hurb lista quatro destinos para aqueles que não precisam se preocupar com as contas a pagar.
A Madison Engineering oferece expedições para picos nevados na Ásia, Europa e América do Norte. Para escalar os montes Everest e Lhotse, no Nepal, numa jornada de 42 dias, com direito a parada em quatro acampamentos na montanha e respiração por tanques de O2, os turistas desembolsam US$93,5 mil, no mínimo. Já quem quiser usar o telefone, wi-fi ou tomar um café quentinho na altitude acima dos 8 mil metros, vai precisar abrir novamente a carteira.
Fundada pelo montanhista Garrett Madison, a empresa é especializada no ramo. Mas não se volta apenas para o mercado de luxo. Para subir o Mount Baker (Washington/EUA), por exemplo, o investimento é de apenas US$1.295,00 por pessoa. Os quatro dias de percurso se dividem em um de preparação, dois para a subida e a descida do monte e um de descanso na base no pé da geleira.
Os custos, no entanto, não se limitam ao preço do passeio. Para segurança própria, é necessário investir ainda em camadas e camadas de roupas térmicas, sapatos e meias apropriadas, além de equipamentos como lanterna de cabeça, capacete e crampons – adereços pontudos que ajudam a fincar os pés na neve.
Falando em temperaturas abaixo de zero, a operadora de Cruzeiros Silversea também oferece uma boa opção de experiência extrema. Parte do que torna o mercado de luxo desejável se baseia na sensação de exclusividade, ou seja, do fato de que poucas pessoas teriam acesso a ele. Isso também se aplica ao Turismo. A Antártida, por exemplo, é um destino que oferece ao visitante a oportunidade de contato com a natureza inóspita e silenciosa. Você não encontrará centenas de turistas passeando por lá.
É possível fazer a expedição de navio pagando valores a partir de US$11.300,00. Já a opção mais completa do passeio atinge o preço de US$116 mil por hóspede, permitindo usufruir a suíte mais cara da embarcação – 173m², com salas de estar e jantar, closet, banheira com vista. O trajeto até o continente de gelo inclui paradas em 8 portos no Chile e nas Ilhas Malvinas e Geórgia do Sul. Os tripulantes podem realizar trilhas e andar de caiaque em pontos específicos. Cafeteria, restaurantes, spa, salão de beleza, biblioteca e piscina completam as comodidades disponíveis no navio.
Para o verão, alguns dos destinos mais exclusivos estão em ilhas. No Caribe venezuelano, a Ilha Calivigny tem menos de 1 km² de extensão. A ilhota privativa recebe até 40 convidados, em três casarões, por US$130 mil na alta temporada – sendo o período mínimo de estadia de sete dias. Uma equipe de 80 pessoas colabora no cuidado dos hóspedes e do espaço, como chef de cozinha, mordomo, recreador infantil, entre outros. Ainda assim, aqueles que asseguram o local costumam levar o próprio staff para garantir o máximo conforto. Quadra de tênis, cinema e equipamentos para realizar uma variedade de esportes aquáticos fazem parte das instalações.
Consegue imaginar uma suíte de 836m²? Em Las Vegas, o Palms Casino Resort abriga em seu último andar a suíte Empathy, com obras originais do artista plástico Damien Hirst. Um final de semana no quarto sai por US$200 mil, mas não basta ter dinheiro para pagar o valor: é necessário se inscrever na página do hotel, que avalia o perfil do viajante e decide se aceita a reserva. O hotel 5 estrelas está no coração da cidade e conta com spa, cassino e balada próprios, sendo um dos mais exclusivos do mundo.
Há alguns anos, a empresa Orion Span anunciou o lançamento da Aurora Station – cápsula suborbital que funcionaria como estação espacial comercial. Dessa forma, acessível para turistas que estivessem dispostos a investir cerca de US$9 milhões na experiência. Seria possível passar 12 dias aproveitando o passeio espacial na pequena nave, onde é possível experimentar gravidade zero, participar de testes científicos e avistar a aurora boreal por uma nova perspectiva. O lançamento estava previsto para 2021, mas, no ano passado, a empresa anunciou que estava finalizando suas operações. Por enquanto, essa ainda é uma experiência restrita a astronautas.