As mudanças de hábitos e alimentação, resultantes de momentos de crise, podem causar inflamações faciais e com uso contínuo da máscara em decorrência da pandemia da Covid-19, algumas pessoas têm sofrido com alterações na pele.
A maskne, junção das palavras “máscara” e “acne”, já é dada como um dos principais motivos da ida dos pacientes ao dermatologista. O aparecimento excessivo de cravos e espinhas é comum na puberdade, mas com a volta às aulas e a necessidade de se manter protegido em ambientes fechados, adolescentes têm sofrido ainda mais com a enfermidade.
Essa e outras inflamações são resultantes do atrito do tecido com a pele e da alta produção de sebo e sudorese, causada pelo abafamento da região. A tendência é que o problema aumente ainda mais com a chegada do calor das próximas estações.
Segundo a médica dermatologista Fátima Tubini, os casos de maskne em adolescente chegaram a aumentar em 80% em seu consultório. “Entre 10 atendimentos de jovens de 12 à 17 anos, oito são relacionados a maskne. Isso acontece devido às condições que os alunos ficam na escola, como situações de calor e suor causado pela prática de atividades físicas”, explica Fátima.
O papel do dermatologista se destaca com essa origem das acnes durante a pandemia, uma vez que a máscara é essencial para se prevenir do Covid-19 e seu uso não deve ser anulado para fins estéticos. A escolha do tecido do item pode amenizar alguns sinais de Maskne. “O material utilizado na máscara interfere, então dê preferência ao algodão, um tecido macio e que tem baixa probabilidade de causar irritação. Outro fator que contribui para o não desenvolvimento da Maskne é a troca de máscaras durante o dia, principalmente para aqueles que a utilizam em longos períodos. O ideal é fazer a troca a cada quatro horas ou quando sentir a máscara molhada”, explica a especialista.
Além disso, algumas mudanças na rotina de cuidado podem beneficiar a pele, como higienização diária com sabonete próprio para o rosto, esfoliação duas vezes por semana e o uso de produtos leves. “É bom evitar o uso de maquiagem, pois ela piora o efeito oclusivo da máscara. Durante esse período, opte por produtos com cosmética mais leve, rica em água e textura oil free, isso também vale para o protetor solar”, reforça Fátima Tubini.
Se a acne persistir ou se a situação piorar, mesmo mantendo os cuidados que ajudam a prevenir e minimizar as lesões faciais, não deixe de consultar seu médico. “Talvez seja necessário um tratamento dermatológico, com ajustes na rotina de pele. Luz intensa pulsada, limpeza de pele e tratamentos à laser, também podem ajudar a solucionar, mas devem ser recomendados por um especialista”, finaliza Fátima.
Mesmo com as altas taxas de vacinação no Brasil, o uso da máscara é indispensável, já que se não há evidências de que as vacinas têm o poder de impedir a transmissão do coronavírus, mesmo quem recebeu as duas doses do imunizante pode ser contaminado e transmitir o vírus para outras pessoas.
Sobre Fátima Tubini
Referência em cuidados e tratamentos dermatológicos, a Dra. Fátima Tubini atua na área da dermatologista há quase 20 anos. Com ampla experiência, a especialista é graduada em Ciências Médicas e possui o título de Especialista em Dermatologia concedido pela AMB e Sociedade Brasileira de Dermatologia. Em sua trajetória, trabalhou com o público infantil na área de pediatria. Atualmente, a profissional proporciona através de procedimentos dermatológicos e estéticos benefícios para a saúde e bem-estar dos seus pacientes.