Home Entretenimento Cultura Conheça Tânia Amorim, cantora que alia combate ao racismo e MPB há 36 anos
Cultura

Conheça Tânia Amorim, cantora que alia combate ao racismo e MPB há 36 anos

Envie
Whatsapp Image 2024 05 24 At 15.34.47
Envie

Cantora, de 67 anos, é filha de cantores e busca por espaço no mercado da música em meio a etarismo e estereotipização de cantoras negras

Sessenta e sete anos e negra. Há 36 anos a  cantora Tânia Amorim busca por espaço no mercado da música. Com um reportório de dar inveja, sua voz grave e aveludada, já lhe proporcionou experiências incríveis como ser backing-vocal num CD de Caetano Veloso e ter feito um show na Sala Cecília Meireles, mas ainda assim ela sabe que nem tudo são flores e tem que ainda hoje, lutar com unhas e dentes para conseguir espaços para cantar, apesar do seu talento reconhecido e inegável. 

As inspirações musicais de Tânia vêm de berço, através de seus pais: A mãe cantava as músicas de Ângela Maria em casa. Seu pai, barítono, cantava jazz, samba e seresta, além de ouvir constantemente Leny Andrade e Elizete Cardoso, que inspiram o seu trabalho até hoje.

Mudança musical

Apaixonada por MPB e Jazz, ela canta profissionalmente esse estilo há 36 anos. Antes se apresentava interpretando música erudita e áreas, mas foi seduzida pela música popular em 1988, quando participou do espetáculo Missa dos Quilombos, nos Arcos da Lapa, no Centro do Rio.

Apesar do talento que a fez se apresentar em grandes palcos, o preconceito não permite que ela possa viver apenas de sua arte, apesar de ser Bacharel em Canto, pela UniRio. Apesar desses contratempos, Tânia já foi backing-vocal de Caetano Veloso no CD Todas as Cores. Apresentou-se no Consulado Geral da França, na Sala Cecília Meireles, entre outros teatros e casas de espetáculos no Rio e em São Paulo.

Racismo na música

Ser mulher negra cantora, no Brasil, não é uma coisa fácil. Conversando com outras mulheres negras cantoras, ouço sempre a mesma narrativa. Os produtores de shows e eventos, sempre, elogiam o nosso trabalho, a nossa voz, nos convidam para cantar, mas, nunca têm dinheiro para nos pagar, querem que cantemos de graça. Esse é um desrespeito muito comum, pois o Brasil é um país racista, e esse racismo é estrutural, é o que determina quem você vai ser, quem vai vencer e quem vai perder, quem vai ficar e quem vai sair. E eu já vivi muitas situações nas quais você percebe a presença do racismo”, relembra.

Inclusão

Para Tânia é fundamental que mais pessoas negras conquistem visibilidade, para que a arte seja mais plural e inclusiva: “É muito importante ter a oportunidade de ter o microfone para cantar e, ao mesmo tempo, para dizer. Dizer para a outra mulher preta, que é possível ela estar ali, também; dizer para as crianças e para a juventude preta que eu estou aqui por elas e para elas e que podemos caminhar juntas. Sonhar é possível, e viver o sonho, também.

Tânia ainda reforça sobre o papel da representatividade. Estar e ser vista em todos os lugares tem muita importância, pois, a sua presença leva a música e a cultura negra e ser mulher negra e artista é um ato de resistência. Resistência que começa a dar frutos bastante significativos para a sociedade de uma forma geral na arte e na cultura brasileira. 

Saiba mais sobre Tânia:

Tânia Amorim é cantora carioca. Mulher Preta, filha de Oxum. Mestra em Etnomusicologia, dedica-se à pesquisa da cultura e da música sacra afroancestrálica e afro-diaspórica. 

Tânia é maestrina; professora de teoria musical, história da música brasileira e história da formação da cultura brasileira; e de canto. Fundadora e diretora musical da Cia. Musical Africanamente. Diretora e pesquisadora do documentário “Bangbala, que eu receba riqueza”. Idealizadora, pesquisadora e curadora da coletânea de documentários Memória do Povo de Santo. E também, idealizadora e diretora da Conferência Tambores do Atlântico Negro, finalizando a Década Internacional dos Afrodescendentes/ONU.

Serviço

Confira os trabalhos de Tânia no Youtube: https://youtube.com/@taniamorim?si=pTL0INMGdmvBezKA

 

Fim de Semana do RioMar Recife tem show de Halloween e atrações especiais no Teatro

Fim de Semana do RioMar Recife tem show de Halloween e atrações especiais no Teatro

Leia Mais
Paulinho Gogó estreia seu novo show “Só e Bem Acompanhado” no Teatro da Ilha

Paulinho Gogó estreia seu novo show “Só e Bem Acompanhado” no Teatro da Ilha

Leia Mais
Conversas Anos-Luz recebe Luiz Camillo Osório e Felipe Sussekind com entrada gratuita no MAM Rio

Conversas Anos-Luz recebe Luiz Camillo Osório e Felipe Sussekind com entrada gratuita no MAM Rio

Leia Mais
Família Lima é atração de show do projeto RioMar Encontros especial de Natal

Família Lima é atração de show do projeto RioMar Encontros especial de Natal

Leia Mais
Maiores sucessos de Elton John serão celebrados em espetáculo no Teatro RioMar Recife

Maiores sucessos de Elton John serão celebrados em espetáculo no Teatro RioMar Recife

Leia Mais
Envie