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Uma pesquisa realizada pela Radar Pet em 2021, comprovou que durante a pandemia, o número de pets adotados cresceu 30% no Brasil e 23% das adoções eram tutores que estavam adotando pela primeira vez. Durante o distanciamento social, para muitas pessoas, o único companheiro era o animal, um amigo inseparável e que agora gera preocupações às pessoas que estão retornando ao trabalho presencial ou híbrido.
De acordo com Juliana Andrade, professora do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário da Serra Gaúcha – FSG, o contato que antes era direto, agora terá alterações, onde os pets vão ficar sozinhos em muitos casos pela primeira vez, o que altera a sua rotina que até então, já estava estabelecida. “Se o tutor ficou o tempo todo com o pet em casa, agora com seu afastamento será inevitável a síndrome da ansiedade da separação, pois qualquer alteração brusca na rotina dos pets gera ansiedade, alterações comportamentais e em alguns casos, até mesmo impacto na saúde física do animal”, ressalta.
Para a professora, é importante que os tutores conheçam bem os hábitos e rotina dos animais de estimação, para identificar o que está fugindo do habitual, visto que os pets podem apresentar lambeduras constantes, quadros de vômitos, diarreias, defecção e micção em locais inapropriados, entre outros sintomas.
A professora da FSG reforça que os gatos são tão vulneráveis quanto os cachorros, e apesar do quadro de ansiedade ser mais comum em cães, os felinos, apesar de possuírem a fama de independentes, também podem sofrer com alterações na sua rotina. “O tutor não deve deixar de observar seu gatinho e ficar atento caso tenha algum comportamento estranho, pois atualmente, encontramos um número expressivo de felinos com alterações comportamentais, que inclusive podem desenvolver alterações em sua saúde física pelo estresse de mudança na rotina”, orienta.
Os animais são seres individuais que não reagem todos iguais às mudanças, então para aqueles casos em que mesmo com a adaptação, o pet não reagir bem, a professora aconselha os donos a buscarem um Médico Veterinário e especialista em comportamento animal. “Muitas vezes precisamos buscar uma terapia medicamentosa para o controle da ansiedade, como medicações homeopáticas, fitoterápicas e em casos mais complexos até medicações controladas, e por isso, o acompanhamento de um profissional se torna essencial”, complementa.
Para quem já retornou ao escritório, Juliana indica alguns cuidados. “Caso você já esteja trabalhando fora de casa, e após um dia longo, ao voltar para o lar, encontrou seu pet com comportamento alterado, com aspecto claro que não está dentro da sua normalidade, em primeiro lugar evite administrar qualquer medicação ou fazer qualquer coisa em casa. Tenha sempre o contato de uma Clínica Veterinária 24 horas e leve seu pet para um atendimento, somente o Médico Veterinário poderá, após uma avaliação completa, lhe orientar de forma correta quanto ao que fazer naquela situação, muitas vezes se fazendo necessário alguns exames de rotina”, explica.
Já para os tutores que ainda não retomaram as atividades presenciais, a dica é iniciar um treinamento para deixar o pet mais independente e para que o objetivo seja alcançado, é importante que o tutor comece a sair ao menos três vezes na semana, por algumas horas, deixando o pet sozinho com seus brinquedos, petiscos e água.
“Ao retornar para casa, observe o comportamento do animal e verifique com vizinhos próximos se houve vocalização excessiva do seu pet. Para os felinos segue a mesma dica, porém, o tutor deve estar atento às questões como micção fora da sua liteira neste período em que esteve fora. E tanto para caninos, quanto felinos, qualquer reação como vômito, diarreia, entre outras, o dono deve procurar um Médico Veterinário”, comenta Juliana.
Por fim, a especialista ressalta que todo o tratamento deve ser aliado ao manejo ambiental, e às adaptações necessárias devem ser feitas com a participação do tutor, para melhor eficiência. “Fique atento ao seu companheiro, para que ambos desfrutem dos melhores momentos juntos, sem estresse e ansiedade”, finaliza.
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