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Como os desenhos por inteligência artificial estão afetando o cérebro das crianças

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Divulgação Escola do Futuro Brasil
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Vídeos infantis criados por IA estão prejudicando o desenvolvimento das crianças — e ninguém está falando sobre isso

 

Eles parecem inofensivos. Vídeos coloridos, com músicas cativantes, personagens engraçados, cenários vibrantes e um ritmo acelerado que deixa qualquer criança grudada na tela. Mas por trás de toda essa estética infantil, há um problema real — e crescente. Desenhos animados gerados por inteligência artificial (IA) têm invadido plataformas como YouTube, TikTok e até o YouTube Kids, despertando preocupação entre especialistas, pais e educadores no mundo inteiro.

 

Esse fenômeno ganhou até um nome: brainrot italiano, expressão que pode ser traduzida como “apodrecimento cerebral italiano”. O nome é estranho, mas faz sentido quando se observa os vídeos. São conteúdos criados automaticamente por IA, sem curadoria humana, onde tudo parece desconexo: os personagens falam frases sem sentido em uma mistura de idiomas (muitas vezes um falso italiano), vivem situações absurdas e agem de forma completamente aleatória.

 

Personagens como o “Tralalero Tralala”, um tubarão de tênis, ou o “Bombardino”, um crocodilo com hélices de avião, se tornaram símbolos dessa nova “moda” digital. E o que poderia parecer só uma brincadeira sem nexo, na verdade, esconde riscos sérios. Um dos vídeos mais vistos, por exemplo, mostra Bombardino cantando sobre “bombardear crianças em Gaza” — tudo isso em tom de paródia, com visual infantil e trilha sonora “fofa”. Assustador? Sim. E o mais grave: muitas crianças assistem sem entender o que estão consumindo, e os pais nem sempre percebem.

 

Como esses vídeos estão afetando o cérebro infantil

 

O problema vai muito além do conteúdo bizarro. A forma como esses vídeos são apresentados está afetando, silenciosamente, o desenvolvimento cognitivo e emocional das crianças. Psicólogos e neurocientistas já usam o termo “empobrecimento cerebral” para descrever os efeitos da exposição constante a esse tipo de estímulo.

 

Diferente de um desenho animado tradicional, com começo, meio e fim, esses vídeos não seguem uma lógica. Eles são feitos para manter o olhar da criança preso à tela, com explosões de cores, sons repetitivos, falas sem nexo e cortes rápidos. O cérebro infantil, ainda em formação, se adapta a essa avalanche de estímulos e entra em modo passivo: absorve, mas não processa.

 

Essa exposição contínua compromete o desenvolvimento de habilidades importantes, como atenção, memória, raciocínio lógico e criatividade. A criança se acostuma com o caos visual e sonoro e começa a ter dificuldades em se concentrar em histórias lineares, ouvir uma explicação, fazer uma leitura ou até manter o foco em brincadeiras offline.

 

Além disso, os sintomas observados por especialistas incluem irritabilidade, ansiedade, comportamento agitado e até regressão em algumas capacidades cognitivas. Em vez de estimular a mente da criança, esses vídeos a deixam sobrecarregada, confusa e, muitas vezes, viciada.

 

Por que a inteligência artificial é parte do problema

 

A IA não tem filtro moral. Ela vasculha conteúdos na internet e combina elementos sem avaliar se aquilo é adequado para o público infantil. Ela não entende o que é apropriado ou educativo. Mistura imagens, falas, músicas, memes e referências de todo tipo — algumas delas completamente inapropriadas.

 

E como esses vídeos tecnicamente não violam diretrizes claras (não mostram nudez ou violência explícita), eles passam pelos filtros de plataformas como o YouTube Kids. O algoritmo, que valoriza tempo de visualização e engajamento, acaba promovendo exatamente o tipo de conteúdo mais bizarro — porque ele prende mais a atenção. O resultado? Um mar de vídeos absurdos, acessíveis em poucos cliques, sendo consumidos por crianças de três, quatro, cinco anos.

 

O papel dos pais diante desse cenário

 

Para Cris Poli, coordenadora da Escola do Futuro Brasil e referência em educação infantil, a solução está na presença ativa das famílias. “Os pais precisam estar atentos a tudo o que seus filhos veem na internet. Não adianta apenas bloquear ou proibir. É preciso educar. Ensinar desde cedo que nem tudo o que parece inofensivo é bom. A criança precisa aprender a pensar, a questionar, e isso só acontece quando há presença real dos adultos”, afirma.

 

E essa presença não exige fórmulas mágicas. Começa com algo simples: assistir junto, perguntar o que a criança entendeu, conversar sobre o que ela está vendo. Mostrar vídeos educativos, contar histórias, brincar no quintal ou no chão da sala. Reduzir o tempo de tela com afeto, e não com punição.

 

Também é importante oferecer alternativas. Existem canais e criadores de conteúdo que respeitam o ritmo da infância, estimulam a imaginação, promovem aprendizado e ajudam no desenvolvimento emocional. O que não dá é para deixar a inteligência artificial decidir sozinha o que entra na mente da criança.

 

A tecnologia pode ser uma grande aliada, mas não substitui o olhar atento, o cuidado e a responsabilidade de pais, mães e educadores. O que está em jogo é mais do que o tempo de tela — é a qualidade do que a criança vê, ouve e absorve. E isso, definitivamente, precisa ser escolha de um adulto.

 

 

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