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Como manter a memória viva com a chegada dos 60+

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Com o passar dos anos nosso cérebro começa a envelhecer e manter a mente ativa é super importante para a autonomia do idoso e melhor qualidade de vida. Primeiro esquecemos um fato antigo. Depois, um evento recente, um nome de um parente ou a localização de um objeto. Este “esquecimento” é um problema cognitivo que ocorre geralmente a partir dos 65 anos de idade, mas manter a memória viva e o corpo em movimento ajuda na prevenção.

Quando envelhecemos, a sinapse – que é a comunicação entre os neurônios – diminui nas áreas menos usadas do nosso cérebro e assim essas regiões “hipoativadas” começam a atrofiar. Se isso acontecer nos hipocampos, responsáveis pela área da memória pode ocorrer perda da memória. Quando a sinapse diminui e há atrofia das regiões é muito difícil recuperar essa perda.

Temos que manter a mente sempre ativa, fazendo atividades fora do cotidiano. É preciso sempre procurar estudar algo diferente, aprender coisas novas, mudar os caminhos de ida para casa ou para o trabalho.

Após os 60 anos esse processo fica mais perceptivo. O cérebro envelhece, mas vale à pena prestar atenção em alguns fatores também. A hipertensão, o colesterol alto, o tabagismo e o álcool são fatores de risco para a perda da memória, pois todos começam a acelerar o processo de envelhecimento das artérias. O processo começa com a obstrução das micros artérias, ocasionando perda de sangue em regiões do cérebro, causando pequenas isquemias e assim os neurônios ficam sem nutrientes e morrem. Por isso é importante praticar atividade física que ajuda a diminuir os fatores de risco, promove maior vascularização cerebral e aumenta a ação dos neurotransmissores.

Hoje em dia as queixas referentes aos problemas de memória têm crescido muito, mas as pessoas precisam ficar atentas para a diferença entre falta de atenção e a perda de memória. A falta de atenção ocorre quando a informação não é armazenada, não “entra na memória”. Já a perda de memória acontece quando a informação é “perdida”, como o esquecimento do nome de parentes, por exemplo.

O estresse e a depressão são fatores que também influenciam muitas vezes na falta de atenção. Ficar atento a alguns sinais pode ajudar na prevenção da alteração da memória. É importante reparar se a pessoa esquece fatos antigos ou recentes. Muitas vezes sinais de uma demência na fase inicial podem ser confundidos com depressão.

Manter uma vida social colabora para evitar a depressão, que é maléfica para a cognição. Rir, conversar, estar otimista perante a vida é muito importante. Dormir bem também ajuda a fixarmos o aprendizado. Uma noite mal dormida reflete no raciocínio e na dificuldade de se lembrar de coisas simples.

Muitos acreditam que o idoso dorme menos. Mas isto não é verdade. Em média o idoso deve dormir entre sete/oito horas por dia. Mas o idoso que dorme entre cinco/seis horas e tem a fase do sono profundo, também fica bem. Mas se o sono for agitado, ele levantar muitas vezes para ir ao banheiro, por exemplo, o sono não será reparador.

Uma dica que vale para todos para ter uma boa noite de sono é procurar ter um ambiente silencioso e pouco iluminado para um repouso tranquilo. Evitar bebidas com cafeína e fazer uma refeição leve também ajudam. Quem dorme pouco corre o risco de sofrer com o declínio cognitivo e a apneia do sono aumenta o risco de demência.

André Lima é neurologista, membro da Academia Brasileira de Neurologia e Diretor Médico da Clínica Neurovida

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