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Com nova regulação, implantes hormonais se firmam como tratamento para menopausa e endometriose

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Divulgação - MC Legacy Lab
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Após revisão da Anvisa, dispositivos ganham uso restrito e respaldo médico, deixando para trás o rótulo de “chips da beleza”

Após meses no centro de uma controvérsia nacional, os implantes hormonais voltam a ganhar espaço como alternativa terapêutica no Brasil. Desta vez, sob novas diretrizes da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e com uso restrito a tratamentos médicos, os dispositivos vivem uma nova fase, marcada por crescimento na procura e esforço de reabilitação do seu papel clínico.

A reviravolta veio no fim de novembro de 2024, quando a Anvisa decidiu rever a suspensão total dos implantes, imposta pouco mais de um mês antes. A fabricação e o uso voltaram a ser permitidos, mas com exigências mais rígidas: prescrição médica com CID (Classificação Internacional de Doenças), responsabilidade técnica formal e rastreabilidade integral — da produção à dispensação.

Com isso, a produção ficou limitada a farmácias de manipulação autorizadas, sob condições sanitárias específicas e laudos técnicos obrigatórios. A medida freou o uso indiscriminado dos chamados “chips da beleza” — implantes utilizados para fins estéticos, sem respaldo médico —, e reacendeu o debate sobre desinformação e uso responsável.

“Saímos de um cenário de banalização para uma regulamentação rigorosa. Mas o conhecimento técnico ainda não chegou à população em geral”, afirma Manuela Coutinho, CEO do MC Legacy Lab, laboratório especializado exclusivamente em implantes hormonais estéreis.

Neta do médico e pesquisador Elsimar Coutinho, pioneiro mundial na área, Manuela esteve na linha de frente da mobilização que pressionou a Anvisa a rever a proibição. À época, conduziu articulações técnicas e institucionais para demonstrar a eficácia e a segurança do uso terapêutico dos implantes.

“O problema nunca foi o implante em si, mas o uso fora da indicação médica. Agora, com regras claras, o que era distorcido pode finalmente ser entendido como um tratamento sério e transformador”, diz.

Do modismo à medicina

Utilizados como opção para reposição hormonal, os implantes são indicados especialmente para mulheres em menopausa, pacientes com endometriose, TPM severa, disforia de gênero e outras condições clínicas.

Segundo Manuela, que atua há mais de uma década no setor, há dois tipos principais: o silástico, com ação prolongada e necessidade de remoção, e o absorvível, que se dissolve no organismo após liberação do princípio ativo. Ambos exigem manipulação sob critérios farmacotécnicos rigorosos e só podem ser prescritos por médicos com registro ativo no CRM.

Desde a nova regulamentação, laboratórios como o MC Legacy Lab registraram um crescimento de 14% na demanda por implantes hormonais em comparação com o mesmo período do ano anterior — reflexo direto da confiança renovada no uso terapêutico e da busca por alternativas eficazes no enfrentamento da menopausa e de outras condições hormonais.

Mulheres que enfrentam sintomas severos da menopausa — como ondas de calor, insônia, queda de libido, irritabilidade e ressecamento vaginal — têm buscado os implantes como alternativa mais confortável às terapias hormonais convencionais, como pílulas e adesivos.

Informação como tratamento

Apesar da regulação mais rigorosa, o estigma ainda persiste. A associação com o “chip da beleza” — expressão popularizada nas redes sociais para se referir a implantes usados com promessas de emagrecimento, rejuvenescimento e aumento de massa muscular — continua a gerar receio e confusão.

“Esse nome é uma distorção perigosa. Ele descredibiliza um recurso terapêutico sério e afasta mulheres que poderiam se beneficiar, mas têm medo por causa da polêmica”, diz Manuela.

Ela defende mais transparência na comunicação e capacitação técnica entre profissionais da saúde. “Muitas mulheres chegam com dúvidas legítimas, mas nem todos os médicos estão atualizados sobre as novas exigências ou mesmo sobre o funcionamento dos implantes hormonais.”

Regulação e futuro

Com a nova normativa da Anvisa, a fabricação passou a exigir licença sanitária, controle de rastreabilidade e vínculo direto com o médico prescritor. Farmácias de manipulação também precisam cumprir protocolos específicos, e cada prescrição deve ser acompanhada de CID e laudo técnico individualizado.

“O objetivo da regulação não é restringir o acesso, mas garantir que o uso seja seguro, necessário e respaldado por critérios médicos claros”, afirma.

O debate sobre saúde hormonal ganhou impulso recente com celebridades e influenciadoras falando publicamente sobre menopausa, reposição e qualidade de vida — o que, segundo Manuela, ajuda a romper tabus históricos em torno do tema.

“Estamos começando a virar a chave. O desafio agora é garantir que toda mulher saiba que existe um tratamento eficaz, seguro e regulado — e que ele não tem nada a ver com estética”.

 

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