Economia
Com autonomia e participação social, comissão organizada pela Brazil Iron se torna modelo de governança e transparência
Criada há três anos pela Brazil Iron, a Comissão de Acompanhamento do Empreendimento (CAE) tornou-se referência em participação social e governança autônoma no setor mineral. Iniciada no município de Piatã e atualmente também presente em Abaíra, a comissão funciona como um espaço legítimo de escuta, diálogo e fiscalização permanente por parte da sociedade. Seu diferencial está na autonomia efetiva: o colegiado define, de forma soberana, sua própria composição e funcionamento, com base em critérios técnicos e decisões coletivas — reforçando o compromisso da empresa com os pilares ESG (Ambiental, Social e Governança, na sigla em inglês) e com a construção de uma relação transparente com as comunidades do território.
A CAE atua como um elo estratégico entre empresa, comunidades e poder público, reunindo representantes da sociedade civil organizada, de órgãos municipais, estaduais e federais, além de instituições com papel relevante no território. Todas as decisões — desde a inclusão de novos membros até a agenda de trabalho — são tomadas de maneira democrática, com votação em reunião aberta e registrada em ata. Qualquer nova entidade que deseje ingressar precisa submeter um pedido formal e passar pela deliberação do grupo.
De acordo com Rafael Genú, gerente de Meio Ambiente, Fundiário e Relacionamento com Comunidades da Brazil Iron, a Comissão tem se consolidado como um espaço de construção mútua, onde o diálogo é pautado pela transparência e pelo equilíbrio. “Esse formato tem garantido a manutenção de um debate qualificado, com foco em impactos reais, soluções práticas e escuta ativa — não apenas da comunidade, mas também da própria empresa. A CAE proporciona uma via de mão dupla: é um espaço onde a empresa pode ser ouvida, compreendida e acompanhada de perto, ao mesmo tempo em que escuta, responde e constrói junto com a sociedade. É uma balança de equilíbrio entre as duas partes, que fortalece a transparência e o propósito do projeto.”
Para a companhia, a CAE representa um compromisso com a licença social para operar, indo além das exigências legais ao fortalecer a transparência, o engajamento e a construção de vínculos duradouros.
“Comissão tem sido um canal direto de solução”
Maura Santos é representante da comunidade dos Pequenos Produtores do Tijuco Capão, participa da CAE desde a assembleia de criação e ressalta a transformação que a comissão proporcionou no relacionamento entre empresa e moradores. “Participo da CAE desde a assembleia de criação. Estive em quase todas as reuniões e, mesmo agora, quando nem sempre consigo estar presente, sigo acompanhando de perto”, afirma.
Segundo Maura, antes da criação da CAE, havia muitas desconfianças e boatos circulando. Ela pontua que a comissão trouxe clareza e segurança. “As demandas da comunidade são levadas à comissão, onde as dúvidas são esclarecidas e as questões encaminhadas, proporcionando um canal direto de comunicação e solução.”
“Vi que [o projeto] era completamente diferente do que eu imaginava. Eles explicaram tudo, até sobre a análise da água, e isso trouxe mais segurança para nós. Gosto muito de participar. Só deixo de ir quando realmente não posso — e, quando não vou, sinto falta”, avalia.
“Espaço de escuta, fiscalização e confiança”
Cinthia Ribeiro Novais, representante da Secretaria de Meio Ambiente, Agricultura e Turismo de Abaíra, também integra a CAE desde sua criação e vê o espaço como essencial para garantir a transparência das ações da mineradora.
“Faço parte da Comissão de Acompanhamento do Empreendimento (CAE) de Abaíra desde a sua criação, representando a Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Como técnica ambiental e também como cidadã, vejo a CAE como um espaço democrático de diálogo e fiscalização, onde a população pode tirar dúvidas, esclarecer informações e desconstruir boatos que ainda rondam a mineração por conta de experiências negativas com outras empresas no passado. A atuação transparente da empresa, acompanhada de perto pela comissão, tem ajudado a construir uma relação de confiança e parceria com as comunidades”, afirma.
CAE tem autonomia real e poder de veto
A autonomia da CAE já foi colocada em prática em momentos cruciais, como quando o grupo recusou a entrada de entidades sem relação direta com o projeto, por entender que essas adesões poderiam desviar o foco do grupo. Mesmo convites sugeridos pela Brazil Iron só são validados se aprovados em plenária. Foi o que aconteceu após mudanças recentes na gestão municipal: os próprios membros da comissão decidiram, por consenso, quais secretarias da nova administração deveriam integrar a CAE.
Ao estabelecer regras claras, colegiado soberano e escuta qualificada, a Brazil Iron consolida um modelo de governança participativa que reforça seu papel como agente de desenvolvimento sustentável no território.
A empresa reafirma, com a existência e fortalecimento da CAE, que transparência, diálogo e respeito à comunidade não são obrigações legais, mas valores estruturantes do Projeto Ferro Verde.
Relações mais equilibradas
Para o prefeito de Piatã, Marcos Paulo, o espaço de escuta proporcionado pela CAE é fundamental para o fortalecimento do diálogo entre todos os envolvidos.
“A CAE tem sido importante para promover o entendimento entre as partes e garantir que o desenvolvimento ocorra de forma responsável e equilibrada para todos”, destacou.
Economia
Receita exige CPF de cotistas em fundos de investimento a partir de 2026
A Receita Federal tornará obrigatória, a partir de 1º de janeiro de 2026, a identificação por CPF de todos os cotistas finais de fundos de investimento — medida voltada ao combate à lavagem de dinheiro, pirâmides financeiras e ocultação de patrimônio.
Destaques:
- O que muda com a nova regra da Receita Federal
- Como funcionará o formulário digital de beneficiários finais
- Quem está obrigado — e quem está isento
- Impacto na fiscalização e lições da Operação Carbono Oculto
A partir de 1º de janeiro de 2026, o anonimato em fundos de investimento chega ao fim. A Receita Federal publicou nesta sexta-feira (31) uma instrução normativa que obriga administradores a informar o CPF dos cotistas finais — ou seja, das pessoas físicas que efetivamente detêm, controlam ou se beneficiam dos investimentos.
A medida, anunciada pelo ministro da Fazenda Fernando Haddad, visa aumentar a transparência do sistema financeiro e dificultar o uso de estruturas complexas para esconder origens ilícitas de recursos. “Agora, todos os fundos vão ser obrigados a dizer até o CPF. Se for um esquema de pirâmide, você vai ter que chegar no CPF da pessoa”, afirmou Haddad em entrevista coletiva em São Paulo.
Ferramenta digital centraliza dados
Para cumprir a nova exigência, será implantado o Formulário Digital de Beneficiários Finais (e-BEF) — uma plataforma eletrônica em que instituições financeiras e administradores de fundos deverão registrar os dados dos verdadeiros titulares dos ativos. O formulário poderá ser pré-preenchido com informações já existentes na base da Receita, facilitando a adesão.
As informações coletadas serão integradas ao Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) e cruzadas com outras bases públicas, como as do Banco Central e do Coaf, ampliando o poder de fiscalização. A Receita também passará a receber mensalmente os relatórios 5.401 e 5.402, que detalham cotistas, patrimônio líquido e número de cotas — dados antes restritos ao BC.
Quem precisa cumprir — e quem não precisa
A obrigatoriedade atinge sociedades civis e comerciais, associações, cooperativas, fundações inscritas no CNPJ, além de fundos de investimento no Brasil e no exterior que operem no país. Entidades estrangeiras sem influência significativa em empresas nacionais também deverão declarar seus beneficiários.
Estão isentos:
- Empresas públicas e sociedades de economia mista
- Companhias abertas e suas controladas
- Microempreendedores individuais (MEIs)
- Sociedades unipessoais
O prazo para adequação é de 30 dias após a entrada em vigor da regra para cada grupo. Quem descumprir pode ter o CNPJ suspenso, contas bancárias bloqueadas e sofrer multas.
Lições do combate ao crime financeiro
A iniciativa nasce diretamente das investigações da Operação Carbono Oculto, deflagrada em 2025 na Avenida Faria Lima (SP), que apurou lavagem de dinheiro por meio de fundos exclusivos. “Pessoas que fazem as coisas licitamente acabam se misturando com pessoas que têm fachada bonita, mas por trás há crime organizado da pesada”, alertou Haddad.
O ministro reforçou que a medida faz parte de um esforço mais amplo contra a sonegação fiscal e o capital ilícito, que também inclui o combate a criptoativos não declarados e fundos offshore. “Estamos combatendo isso desde que chegamos, dando transparência, cobrando imposto e fazendo a pessoa colocar o CPF para sabermos quem é”, disse.
Com essa mudança, o Brasil alinha-se a padrões internacionais de conformidade tributária e combate ao financiamento do crime — e, diga-se, dá um passo decisivo para separar o trigo do joio no mundo dos investimentos. Afinal, transparência não é burocracia: é proteção ao cidadão honesto.
Economia
Novo limite para saque-aniversário do FGTS entra em vigor
Trabalhadores terão limites de valor e prazo para antecipar parcelas; governo visa proteger poupança em caso de demissão e preservar fundo para habitação.
Destaque:
· Limites de valor e número de parcelas
· Objetivo: proteger trabalhador e recursos do FGTS
· Como fica a adesão e a antecipação
As regras mais restritivas para o saque-aniversário do FGTS entram em vigor a partir deste sábado (1º). A mudança, aprovada pelo Conselho Curador do FGTS e implementada pela Caixa, estabelece um teto para antecipações — com impacto direto para os 21,5 milhões de trabalhadores (51% das contas ativas) que já aderiram à modalidade.
A principal novidade são os limites contratuais. Agora, cada parcela antecipada deve ficar entre R$ 100 e R$ 500. No primeiro ano, é possível antecipar até cinco parcelas (R$ 2,5 mil no total). A partir de 2026, o máximo cairá para três parcelas anuais (R$ 1.500). Além disso, o trabalhador terá de esperar 90 dias após a adesão para solicitar o empréstimo e só poderá fazer uma operação por ano.
O governo justifica a medida como uma proteção ao trabalhador. A antiga flexibilidade, sem limites, levava muitos a comprometerem todo seu saldo futuro. Em caso de demissão, ficavam sem o amparo do FGTS — que continuava bloqueado como garantia para o banco. “O trabalhador, ao ser demitido, muitas vezes se vê sem recursos”, explicou o ministro do Trabalho, Luiz Marinho.
A medida, diga-se, também busca blindar os cofres do FGTS. O fundo, que movimentou R$ 52,3 bilhões em financiamentos habitacionais no primeiro semestre, via sua capacidade de investimento ameaçada pelo volume de antecipações. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chegou a classificar a prática anterior como “uma das maiores injustiças contra o trabalhador”.
Para o segurado, a recomendação é reavaliar a adesão. A opção pelo saque-aniversário — feita via aplicativo ou agências da Caixa — significa abrir mão do saque integral na demissão sem justa causa, mantendo apenas o direito à multa rescisória. Com as novas regras, a antecipação deixa de ser uma fonte ilimitada de crédito para se tornar uma opção pontual e controlada.
Economia
Bolsa tem 5º recorde seguido e se aproxima dos 150 mil pontos
O Ibovespa registrou seu quinto recorde histórico consecutivo nesta sexta-feira (31), fechando a 0,51% acima do pregão anterior, aos 149.540 pontos. O otimismo no mercado de ações, que já dura oito pregões, foi impulsionado por uma conjuntura positiva: a entrada robusta de capitais estrangeiros e dados recentes do mercado de trabalho.
Do outro lado, o dólar comercial encerrou o dia praticamente estável, cotado a R$ 5,38. A moeda, no entanto, teve um mês de outubro positivo, acumulando alta de 1,08%. No ano, a divisa mantém uma trajetória de forte queda: 12,94% de desvalorização em 2025, o melhor desempenho entre as moedas latino-americanas.
Cenário externo e interno impulsionam bolsa
Dois fatores centrais explicam o bom humor dos investidores. No plano internacional, o alívio nas tensões comerciais entre Estados Unidos e China — com um acordo sobre terras raras — aumentou o apetite por ativos de países emergentes, como o Brasil.
Internamente, a publicação da PNAD Contínua pelo IBGE mostrou que a taxa de desocupação se manteve em seu menor patamar histórico, de 5,6%. Esse cenário, diga-se, reduz a probabilidade de o Banco Central (BC) adiar o início do ciclo de cortes da Taxa Selic, o que beneficia investimentos de maior risco, como as ações.
A dinâmica do câmbio e os próximos passos
O mercado de câmbio viveu um dia de volatilidade, com o dólar oscilando entre R$ 5,40 e R$ 5,37 antes de encerrar estável. A pressão veio do último dia útil do mês, utilizado para o fechamento da Taxa Ptax, que corrige dívidas públicas atreladas ao câmbio. No entanto, a entrada de recursos externos durante a tarde ajudou a equilibrar a balança.
Com a série de recordes, a bolsa acumula ganhos de 2,26% em outubro e avança expressivos 24,32% no ano. A pergunta que fica no ar é se o Ibovespa terá fôlego para romper a barreira psicológica dos 150 mil pontos na próxima semana, um patamar que reflete não apenas o capital estrangeiro, mas uma cautelosa esperança na economia doméstica.
-
Esportes2 anos atrásNotícias de futebol | Quais os melhores jornais para acompanhar ao vivo?
-
Estilo e Vida5 anos atrásMundo BANI: como pensar em meio ao caos
-
Agronegócios2 anos atrásSegurança alimentar é caminho para produtividade na suinocultura
-
Música1 ano atrásGabriela Rocha lança a segunda faixa do álbum “A Igreja”, com a participação de Fernandinho
-
Notícias2 anos atrásPolítica de cultura exportadora quer ampliar comércio exterior
-
Games4 anos atrásGame brasileiro ‘Reverie Knights Tactics’ chega para consoles e PC dia 25 de janeiro
-
Esportes3 anos atrásFutebol de cegos: Brasil perde nos pênaltis e é vice na Copa América
-
Saúde4 anos atrásDia Mundial de Cuidados Paliativos destaca importância de avanços nessa prática




