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Com 90% da equipe feminina, de idade média de 40 a 53 anos, indústria de placas eletrônicas cresce 5 vezes em faturamento em menos de um ano

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A Standard America, indústria de placas eletrônicas localizada em Campinas (SP) e com operações em Portugal e nos Estados Unidos, tem 90% de sua equipe composta por mulheres. “A parte operacional é dominada por elas. Na montagem, toda a equipe é feminina e temos também lideranças femininas na gestão”, conta Hidalgo Dal Colletto, CEO da indústria.

Quando ele e o sócio adquiriram a indústria, em abril de 2020, ela estava fechando e as equipes estavam todas em aviso-prévio. “Readmitimos todos os profissionais, efetivamos os colaboradores intermitentes e admitimos mais colaboradores – sempre mulheres”, conta.

A estratégia de Dal Colletto e do sócio, Ricardo Helmlinger, de ter equipe feminina, se dá por alguns motivos. “Placas eletrônicas são compostas por chips minúsculos, que exigem delicadeza, habilidade e até uma certa paciência na montagem. As mulheres têm muito mais aptidão para essa área tecnológica”, diz Helmlinger, que é engenheiro eletrônico e CMO da empresa.

Ele afirma que, além disso, as mulheres são dedicadas e sempre buscam aprender. “Elas são motivadas a participar das capacitações que oferecemos, formam um time unido e dedicam-se ao crescimento da companhia. Temos um time muito engajado”, anima-se o CMO.

Crescimento expressivo

Desde que a dupla Dal Colletto e Helmlinger comprou a indústria, ela quintuplicou seu faturamento. E são apenas dez meses de operação sob a nova gestão. “Fizemos muitos progressos, tanto em inovação tecnológica quanto em investimento em equipe”, diz Dal Colleto.

Roseane Guerreiro, de 42 anos, é parte da nova equipe. A Coordenadora de Compras chegou para gerir uma equipe que está se formando – e optou com contratar mulheres para lhe auxiliar. “É um desafio estruturar um departamento do zero e implantar um sistema em uma indústria que cresce rapidamente, mas, em seis meses, espero ter uma equipe organizada e o departamento alinhado”, pondera.

Mais experiente, Caroline Camargo Facchin, 38 anos, Gerente de Recursos Humanos, está na Standard America desde antes de a empresa ser adquirida. “Muita coisa mudou por aqui. Éramos uma indústria muito pequena e que não tinha condições de concorrer em igualdade com players maiores. Agora, estamos capacitados para crescer a passos largos e isso é muito empolgante. Todas nós temos orgulho de presenciar e participar deste momento”, comenta.

Oportunidades de crescimento

Quem se viu em aviso-prévio e, agora, sente segurança e estabilidade trabalha com um sorriso no rosto. É assim com Thaís do Carmo, 34 anos, Técnica em Eletrônica, que coordena processos produtivos na indústria. Há um ano, ela foi contratada pela gestão antiga e, com apenas um mês de trabalho, recebeu a notícia de que a indústria fecharia suas portas, devido ao medo da pandemia. “Fiquei arrasada, porque tinha planos. Mas, então, os novos sócios nos readmitiram e tudo mudou”, recorda.

A nova diretoria da Standard America, a partir da iniciativa Tech 4Humanity, que visa ao desenvolvimento profissional e à humanização das empresas de tecnologia, criou um programa de bolsas de estudos para os colaboradores que desejam se aprimorar, por meio de cursos técnicos, tecnológicos, de graduação ou pós-graduação. “Criei coragem e me inscrevi no curso de Engenharia de Produção, que começarei agora, em março”, comemora Thaís.

Ela conta que este será um sonho realizado, já que apenas por meio da bolsa de estudos é que será possível custear o curso. “A valorização da empresa me faz trabalhar com mais vontade”.

Considerada a mascote do grupo, apesar de ter 54 anos, Rita de Cássia Buscarati tem uma história interessante para contar: há menos de um mês, ela foi convidada por Dal Colletto, CEO da empresa, para aprender uma nova profissão. “Eu trabalhava aqui como faxineira. Mas, o seu Hidalgo diz que eu sou muito esperta e consigo aprender o serviço das meninas da produção, podendo ter uma nova carreira. Aceitei o desafio e as meninas estão me ensinando o serviço. Estou muito feliz porque, nesta altura da vida, estou aprendendo uma nova profissão. É gratificante!”, emociona-se.

Espaço para o perfil 50+

Na Standard America, a experiência é valorizada. Aos 56 anos, Maria da Gloria de Souza Marques, a Glorinha, traz a experiência de 20 anos em indústria, sempre trabalhando com tecnologia, em linha de produção. “Aprendi a fazer de tudo um pouco”, brinca. Há três anos na Standard America, ela ficou apreensiva quando soube que a indústria fecharia suas portas. “Sabia que seria difícil encontrar emprego na minha idade. Queria me aposentar aqui”, lembra.

Hoje, com mais trabalho, mais clientes e boas perspectivas, ela é só elogios à empresa. “Sinto-me produtiva e com energia para trabalhar em paz”.

Sua companheira de bancada, Maria dos Anjos Caetaneo, 53 anos, com o mesmo tempo de empresa, orgulha-se de, agora, fazer parte de uma multinacional. “Em apenas um ano, o trabalho aumentou consideravelmente, abrimos uma unidade em Portugal – que, em breve, se tornará uma fábrica por lá – , chegamos também aos Estados Unidos e vemos o crescimento a cada dia. Sinto muito mais segurança aqui porque, agora, posso contar com minha aposentadoria num local que amo”, prevê.

Dia da Mulher

Com tantas boas histórias, o Dia da Mulher, na Standard America, é muito mais do que valorizado. “Não é uma data simbólica, mas real, dentro do nosso dia a dia. Respeitamos as mulheres e, aqui, elas estão em cargos operacionais e, também, nas lideranças. Damos a ela o respeito e a oportunidade de crescimento porque queremos equidade real, sem Marketing, porque, no dia a dia, o que vale é o ambiente propício ao nosso crescimento – e nada como o colaborador satisfeito para que os resultados apareçam. Com um crescimento de faturamento tão expressivo em menos de um ano – nós quintuplicamos os números – acreditamos que estamos no caminho certo”, finaliza Dal Colletto.

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