Os CIOs – acrônimo para Chief Information Officer, ou seja, o líder responsável pela área de tecnologia em uma empresa – têm, pela natureza de sua função, um desafio: promover o desenvolvimento tecnológico em sua organização. Mas, a essa atribuição soma-se um complicador: a falta de mão de obra qualificada. Problema que não tende a ser resolvido em curto prazo.
A avaliação é da gerente de recursos humanos (RH) da Run2biz, Daniela Velez. Com unidades em Brasília e nos Estados Unidos (Dallas), a Run2biz é uma empresa desenvolvedora e provedora de soluções tecnológicas de gestão de serviços e hiperautomação, voltadas justamente ao desenvolvimento e otimização das áreas de tecnologia da informação (TI) nas organizações.
“Estamos – digo não só a Run2biz, mas CIOs e outros líderes de um modo geral – tratando de preparar os departamentos de TI para o sucesso digital de suas organizações, em cenário de escassez de profissionais para dar conta dessa evolução”, sublinha Dani Velez, como é conhecida no mercado.
A gerente de RH cita projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que dão conta da gravidade do problema. E, também, de como deve persistir a situação, em curto e médio prazo. “Indicadores do IBGE apontam que a área de tecnologia da informação deverá ter, até 2024, em torno de 290 mil vagas abertas, mas sem serem preenchidas, por não haver talentos com as habilidades e competências necessárias para tal.”
Dani Velez pontua, em particular, a falta de analistas desenvolvedores. Isto é, profissionais que precisam, além de formação e capacitação profunda em TI, dispor de atributos como visão holística da área. Ainda mais em um cenário que caminha para a intensa hiperautomação dos processos, acrescenta.
“A hiperautomação começa a se impor não como um diferencial, mas como algo inerente, imprescindível às organizações. Os CIOs estão atentos a isso, e devem atuar no sentido de buscar esse caminho. Porém, se deparam com o déficit de profissionais, que tende a se acentuar, porque formam-se, no ensino superior, menos pessoas do que demanda o mercado”, discorre.
Investir nas equipes já disponíveis, requalificando profissionais já existentes, tem se tornado necessário. Igualmente, encontrar formas de valorização e estímulo para manter esses profissionais nos quadros da organização. “É preciso ‘reter’ os talentos, do contrário fica difícil a reposição”.
Mais do que o investimento em individualidades, faz-se imprescindível proporcionar um ambiente de trabalho em que o profissional se sinta bem; onde perceba que seu talento e competência são aplicados e evoluídos. Neste sentido, a gerente de RH cita recente certificação obtida pela Run2biz da consultoria internacional Great Place to Work (GPTW).
“É feita uma pesquisa com os colaboradores, para que avaliem alguns pontos: clima organizacional, confiança, liderança da empresa, orgulho, inovação. A Run2biz recebeu o índice de 91% de aprovação em sua equipe”, celebra Dani Velez.
Com isso, continua ela, o GPTW atestou a empresa como uma das melhores para se trabalhar. Com ações de âmbito interno, somadas aos esforços externos de diversos elos da cadeia produtiva, é possível mitigar os riscos da escassez de profissionais em TI e gradativamente solucionar o problema, vislumbra a gestora.