Acervo Imediato propõe movimento de identificação com memórias pessoais e coletivas para projetar as identidades negras como centro de suas histórias
Propor a construção de novas memórias que coloquem a pessoa negra como protagonista de sua história a partir da produção artística e cultural, essa é a ideia do projeto Acervo Imediato, idealizado pela Denda Coletiva. A iniciativa parte de um processo de imersão com três artistas visuais: Jamile Cazumbá, Safira Moreira e Shai Andrade, e visa promover reflexões através do olhar pessoal para memórias afetivas e ancestrais e da criação artística acerca do tema “Como construir a memória do presente?”
Para dar início ao projeto, a Denda Coletiva convida o músico, poeta e filósofo Tiganá Santana e a pesquisadora e idealizadora do podcast “Afrofuturo”, Morena Mariah para a mesa de abertura “Memórias do presente, imaginários de futuro”, que acontece dia 11 de fevereiro, às 20h no canal do Youtube: http://bit.ly/denda-coletiva. O debate tem como intuito refletir a importância das imagens na criação do presente e do afrofuturo, a partir da percepção do tempo e da memória nas cosmovisões africanas e afrodiaspóricas, além de se tornar ponto de partida para o processo criativo das artistas.
Durante a imersão, cada artista desenvolverá um trabalho artístico em linguagem visual, que pode ser relacionado à fotografia, videoperformance, ilustração, entre outros. A ideia é que as obras dialoguem com a proposta de construir registros protagonizados e representativos da identidade negra. O público poderá interagir e contribuir com o trabalho das artistas, compartilhando suas histórias, vivências e experiências imagéticas através das redes sociais @dendacoletiva com a #acervoimediato.
O resultado das narrativas visuais criadas durante o projeto será apresentado em uma Mostra Artística Virtual, no mês de abril, e tem o objetivo de mobilizar, através da arte, novos regimes de identidade e representação, divulgando a produção artística de mulheres negras. Segundo Nathália Procópio, coordenadora geral do projeto, o Acervo Imediato nasce das próprias inquietações que o grupo, formado por cinco mulheres negras, observa e discute acerca de suas identidades. “Nós tivemos muito das nossas memórias silenciadas ou contadas a partir de regimes dominantes de desigualdade e exclusão. Com esse projeto queremos mais do que rememorar o passado, mas ressaltar a nossa atuação cultural no presente, com o intuito de preservar esse legado para as novas gerações”, afirma a produtora cultural.
O projeto é contemplado pelo Prêmio Anselmo Serrat de Linguagens Artísticas, da Fundação Gregório de Mattos, Prefeitura Municipal de Salvador, por meio da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, com recursos oriundos da Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo, Governo Federal.
SERVIÇO
Acervo Imediato
O que: Mesa de abertura: “Memórias do presente, imaginários de futuro”
com Tiganá Santana e Morena Mariah
Quando: 11 de fevereiro (quinta), às 20:00
Onde: http://bit.ly/denda-coletiva
Gratuito / Evento com Tradução em Libras
Acompanhe em:
Instagram: @dendacoletiva
Youtube: /dendacoletiva
Sobre Coletiva Denda
A Denda Coletiva é um grupo de cinco mulheres negras produtoras culturais que atuam nas áreas de criação, produção e gestão em cultura na cidade de Salvador, formada por Ana Carolina Rosário, Camila Brito, Nathália Procópio, Stéfane Souto, e Tainana Andrade. Com expertises e experiências variadas, o propósito que norteia o grupo é a construção de espaços de convívio, acolhimento e convergência criativa, protagonizado por mulheres negras e indígenas, atuando na multiplicidade do bem viver através da cultura.
A Denda tem entre seus objetivos criar e desenvolver programas e projetos artísticos e culturais, através de uma atuação propositiva, descentralizada e transversal, entendendo a cultura como um território de ação, transformação e construção criativa, além de operar na desconstrução dos regimes de desigualdade de gênero e etnico-racial, dando ênfase às cosmovisões negras e indígenas.