Economia
Caso Americanas: qual é a responsabilidade do contador?
Empreender no Brasil significa saber lidar com um cenário tributário e fiscal altamente complexo a fim de garantir a conformidade e prosperidade do negócio – entretanto, essa é uma teoria que nem sempre consegue ser colocada em prática. O mais recente caso da Americanas, cujas inconsistências em lançamentos contábeis ultrapassam os R$ 20 bilhões, é uma prova disso. Apesar de muito ainda precisar ser entendido sobre as causas dessas declarações, algo é certo: um controle devido, aliado a uma maior transparência nas transações contábeis, certamente poderia ter evitado este prejuízo.
Responsável por analisar a saúde financeira do negócio, é papel da gestão contábil auxiliar os gestores na administração da empresa, por meio do monitoramento constante do histórico econômico do negócio e sua adequada interpretação, visando o crescimento e perpetuidade do negócio no longo prazo. Essa gestão pode acontecer de forma interna ou externa, por meio de uma empresa de BPO (Business Process Outsourcing), que é a terceirização dos serviços contábeis, fiscais e até de folha de pagamento.
A Lei 10.406/2002 é clara ao determinar que toda sociedade empresária é obrigada a seguir um sistema contábil sob responsabilidade de um profissional legalmente habilitado, com registro no CRC (Conselho Regional de Contabilidade). Este contador poderá ser responsabilizado em questões cíveis, penais e tributárias em qualquer ocorrência que possa surgir, devendo prestar contas periodicamente aos órgãos reguladores.
A grande vantagem da terceirização da contabilidade é o fato de a empresa contar com uma equipe multidisciplinar de especialistas, minimizar riscos e agregar valor ao negócio por meio de pessoas altamente capacitadas, processos bem estabelecidos e tecnologias integradas. Além de reduzir custos, esse tipo de operação maximiza o desempenho organizacional, visto que a empresa não precisa se preocupar com as constantes mudanças de legislação, escassez de mão de obra, gerenciamento de equipes, absenteísmo, e tantas outras questões envolvidas em uma operação internalizada. Assim, a companhia pode se concentrar única e exclusivamente no sucesso das suas operações.
Ao monitorar o estado financeiro da empresa em tempo real, é possível ter uma orientação mais assertiva acerca das normas a serem aplicadas, junto com uma maior autonomia e transparência em auditorias independentes periódicas para assegurar a apresentação fidedigna da situação financeira e patrimonial da empresa. A segurança na adequação legal do negócio se torna completa, contribuindo até mesmo para sua expansão em termos de parcerias e conquista de novos mercados. Em caso de fraudes, por exemplo, o contador pode responder civil e até criminalmente, tendo seus bens bloqueados e até sendo preso.
Além de todos os cuidados, é fundamental que a contabilidade disponha de um seguro de responsabilidade, que assegura um valor de sinistro para erros e falhas que possam ocasionar em multas ou outros prejuízos financeiros. Logicamente, na hora de avaliar um prestador de serviço na área, é imprescindível que a empresa avalie se o porte da consultoria contábil atende suas necessidades específicas e é capaz de transmitir toda a segurança necessária para uma operação tranquila, sem surpresas desagradáveis.
Somado a isso, é importante adotar mecanismos de governança corporativa capazes de manter uma conduta ética. A exemplo da Lei Sarbanes-Oxley (SOX), criada em 2002 pelo governo americano com objetivo de proteger os investidores e stakeholders contra fraudes financeiras, que exige uma demonstração clara de governança com foco na gestão financeira. Além disso, a contratação de auditorias independentes, ajuda não só na prevenção como também na rápida detecção de problemas, permitindo a adoção de medidas urgentes e efetivas para solucionar pendências antes que causem graves consequências.
Em suma, gerir a contabilidade de qualquer negócio de forma transparente, ética e fidedigna, é uma missão árdua e fundamental para a sobrevivência de qualquer empresa, independentemente do porte ou segmento – ainda mais, considerando que cada uma terá suas próprias especificidades e demandas. Por isso, a escolha correta desses profissionais é determinante, visto que os prejuízos ocasionados por erros ou até má fé impactarão não apenas os responsáveis pela companhia, mas todos os colaboradores, fornecedores, parceiros, governo, entre outros públicos de interesse. Contabilidade, acima de tudo, significa responsabilidade.
Taís Brain Baruchi é sócia na Ecovis BSP, empresa com mais de 20 anos de experiência na prestação de serviços contábeis, fiscal e folha de pagamento.
Lucas Leme é supervisor de contabilidade na Ecovis BSP, empresa com mais de 20 anos de experiência na prestação de serviços contábeis, fiscal e folha de pagamento.
Economia
GAC-PE traz uma ampla variedade de produtos no Quiosque Solidário do RioMar Recife em novembro
O Grupo de Ajuda à Criança Carente com Câncer de Pernambuco (GAC-PE) ocupa o Quiosque Solidário do RioMar Recife em novembro. Durante todo o mês, o espaço oferta oportunidades de compras que terão o valor arrecadado revertido para a instituição, com produtos a partir de R$ 5. O Quiosque Solidário, em parceria com o Instituto JCPM de Compromisso Social, fica localizado no Piso L1, em frente da loja O Boticário.
No local é possível comprar produtos artesanais e outros produzidos pelos voluntários do GAC-PE, além de itens de decoração, artigos do lar, necessaires, macramês, bonecas, copos térmicos, chaveiros, laços, entre outros produtos.
O GAC-PE é um grupo focado na prestação de assistência social humanizada às crianças, adolescentes e jovens com câncer em tratamento no Centro de OncoHematologia Pediátrica (CEONHPE) do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC).
Sobre o Quiosque Solidário
O Quiosque Solidário é uma iniciativa de estímulo à geração de renda através da venda de artigos personalizados e artesanatos produzidos por voluntários e pessoas atendidas por instituições filantrópicas reconhecidas pela atuação em causas como acolhimento de crianças, tratamento de câncer, pessoas em situação de rua, mães de crianças com doenças raras, entre outras. Com curadoria do Instituto JCPM de Compromisso Social, a cada mês uma entidade diferente ocupa o espaço colaborativo.
Economia
Receita exige CPF de cotistas em fundos de investimento a partir de 2026
A Receita Federal tornará obrigatória, a partir de 1º de janeiro de 2026, a identificação por CPF de todos os cotistas finais de fundos de investimento — medida voltada ao combate à lavagem de dinheiro, pirâmides financeiras e ocultação de patrimônio.
Destaques:
- O que muda com a nova regra da Receita Federal
- Como funcionará o formulário digital de beneficiários finais
- Quem está obrigado — e quem está isento
- Impacto na fiscalização e lições da Operação Carbono Oculto
A partir de 1º de janeiro de 2026, o anonimato em fundos de investimento chega ao fim. A Receita Federal publicou nesta sexta-feira (31) uma instrução normativa que obriga administradores a informar o CPF dos cotistas finais — ou seja, das pessoas físicas que efetivamente detêm, controlam ou se beneficiam dos investimentos.
A medida, anunciada pelo ministro da Fazenda Fernando Haddad, visa aumentar a transparência do sistema financeiro e dificultar o uso de estruturas complexas para esconder origens ilícitas de recursos. “Agora, todos os fundos vão ser obrigados a dizer até o CPF. Se for um esquema de pirâmide, você vai ter que chegar no CPF da pessoa”, afirmou Haddad em entrevista coletiva em São Paulo.
Ferramenta digital centraliza dados
Para cumprir a nova exigência, será implantado o Formulário Digital de Beneficiários Finais (e-BEF) — uma plataforma eletrônica em que instituições financeiras e administradores de fundos deverão registrar os dados dos verdadeiros titulares dos ativos. O formulário poderá ser pré-preenchido com informações já existentes na base da Receita, facilitando a adesão.
As informações coletadas serão integradas ao Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) e cruzadas com outras bases públicas, como as do Banco Central e do Coaf, ampliando o poder de fiscalização. A Receita também passará a receber mensalmente os relatórios 5.401 e 5.402, que detalham cotistas, patrimônio líquido e número de cotas — dados antes restritos ao BC.
Quem precisa cumprir — e quem não precisa
A obrigatoriedade atinge sociedades civis e comerciais, associações, cooperativas, fundações inscritas no CNPJ, além de fundos de investimento no Brasil e no exterior que operem no país. Entidades estrangeiras sem influência significativa em empresas nacionais também deverão declarar seus beneficiários.
Estão isentos:
- Empresas públicas e sociedades de economia mista
- Companhias abertas e suas controladas
- Microempreendedores individuais (MEIs)
- Sociedades unipessoais
O prazo para adequação é de 30 dias após a entrada em vigor da regra para cada grupo. Quem descumprir pode ter o CNPJ suspenso, contas bancárias bloqueadas e sofrer multas.
Lições do combate ao crime financeiro
A iniciativa nasce diretamente das investigações da Operação Carbono Oculto, deflagrada em 2025 na Avenida Faria Lima (SP), que apurou lavagem de dinheiro por meio de fundos exclusivos. “Pessoas que fazem as coisas licitamente acabam se misturando com pessoas que têm fachada bonita, mas por trás há crime organizado da pesada”, alertou Haddad.
O ministro reforçou que a medida faz parte de um esforço mais amplo contra a sonegação fiscal e o capital ilícito, que também inclui o combate a criptoativos não declarados e fundos offshore. “Estamos combatendo isso desde que chegamos, dando transparência, cobrando imposto e fazendo a pessoa colocar o CPF para sabermos quem é”, disse.
Com essa mudança, o Brasil alinha-se a padrões internacionais de conformidade tributária e combate ao financiamento do crime — e, diga-se, dá um passo decisivo para separar o trigo do joio no mundo dos investimentos. Afinal, transparência não é burocracia: é proteção ao cidadão honesto.
Economia
Novo limite para saque-aniversário do FGTS entra em vigor
Trabalhadores terão limites de valor e prazo para antecipar parcelas; governo visa proteger poupança em caso de demissão e preservar fundo para habitação.
Destaque:
· Limites de valor e número de parcelas
· Objetivo: proteger trabalhador e recursos do FGTS
· Como fica a adesão e a antecipação
As regras mais restritivas para o saque-aniversário do FGTS entram em vigor a partir deste sábado (1º). A mudança, aprovada pelo Conselho Curador do FGTS e implementada pela Caixa, estabelece um teto para antecipações — com impacto direto para os 21,5 milhões de trabalhadores (51% das contas ativas) que já aderiram à modalidade.
A principal novidade são os limites contratuais. Agora, cada parcela antecipada deve ficar entre R$ 100 e R$ 500. No primeiro ano, é possível antecipar até cinco parcelas (R$ 2,5 mil no total). A partir de 2026, o máximo cairá para três parcelas anuais (R$ 1.500). Além disso, o trabalhador terá de esperar 90 dias após a adesão para solicitar o empréstimo e só poderá fazer uma operação por ano.
O governo justifica a medida como uma proteção ao trabalhador. A antiga flexibilidade, sem limites, levava muitos a comprometerem todo seu saldo futuro. Em caso de demissão, ficavam sem o amparo do FGTS — que continuava bloqueado como garantia para o banco. “O trabalhador, ao ser demitido, muitas vezes se vê sem recursos”, explicou o ministro do Trabalho, Luiz Marinho.
A medida, diga-se, também busca blindar os cofres do FGTS. O fundo, que movimentou R$ 52,3 bilhões em financiamentos habitacionais no primeiro semestre, via sua capacidade de investimento ameaçada pelo volume de antecipações. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chegou a classificar a prática anterior como “uma das maiores injustiças contra o trabalhador”.
Para o segurado, a recomendação é reavaliar a adesão. A opção pelo saque-aniversário — feita via aplicativo ou agências da Caixa — significa abrir mão do saque integral na demissão sem justa causa, mantendo apenas o direito à multa rescisória. Com as novas regras, a antecipação deixa de ser uma fonte ilimitada de crédito para se tornar uma opção pontual e controlada.
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