Time teve como principal adversário o cansaço
Após uma longa maratona que o levou para o título de campeão da Libertadores e da Copa do Brasil de 2020 (que foram encerradas neste ano), o Palmeiras sentiu o cansaço e a glória das vitórias recebidas. Por conta dos jogos que foram adiados e das paralisações, as férias dos jogadores foram encurtadas, o que significa que o descanso entre as partidas se tornou muito mais curto do que em anos anteriores.
O ano de 2021, inclusive, ficou em terceiro lugar entre os anos com maior número de jogos da história do Palmeiras, somando ao todo 91 partidas, ficando atrás apenas de 1994, em que o Palmeiras entrou em campo em 97 partidas, e 2000, quando participou de 92 jogos.
Essa alta quantidade de jogos é um dos principais motivos que chateiam Abel Ferreira, que é técnico do Verdão. O calendário do time é alvo de críticas por conta do técnico, que enfatiza que o descanso é essencial para a saúde e para o bom desempenho dos jogadores; afinal, quanto mais cansados, menos disposição para encarar as partidas.
Em entrevista, Abel Ferreira ressaltou que “é duro, pesado, temos de pensar no presente e no futuro, na gestão de energia”. A média de jogos em 2021 foi de um jogo a cada 3,7 dias, o que é considerado alto.
O que a ciência diz
De acordo com Daniel Gonçalves, coordenador científico do Palmeiras, “(…) analisamos cada jogo, logística e caso, para que consigamos saber a situação de cada atleta, evitando uma carga elevada que possa vir a acarretar uma lesão”, em uma tentativa de reduzir os impactos do calendário na saúde dos jogadores.
Leve-se em consideração, além dos jogos em si, o deslocamento dos jogadores para os locais das partidas – no total, foram mais de 31 mil quilômetros percorridos em linha área, só no período entre 18 de janeiro e 19 de fevereiro (momento em que o time jogava o Brasileirão e o Mundial de Clubes).
E, para piorar, houve um agravamento: a COVID-19, que infectou 24 jogadores no total (o terceiro time mais infectado no Brasileirão de 2020). Porém, com uma boa equipe médica, inclusive com profissionais formados no curso de nutrição, foi possível impulsionar o desempenho dos atletas para as longas partidas, o que comprovou ter dado certo, uma vez que o time conseguiu vencer ambos os campeonatos em que participava.