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Aleitamento materno na primeira hora de vida traz benefícios psicológicos para a criança

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O aleitamento materno é uma das fases mais importantes da vida de uma criança. A amamentação ajuda no crescimento e desenvolvimento saudável, além de fortalecer os vínculos afetivos entre mãe e filho. Com o propósito de incentivar o aleitamento materno e conscientizar sobre seus benefícios, neste mês é celebrado o Agosto Dourado. No Hospital Mater Dei Salvador, a campanha vem sendo vivenciada com um ciclo de treinamentos e palestras com a equipe da enfermagem que presta os primeiros cuidados aos bebês e às mães no pós-parto.

A ideia é criar uma rede de apoio, dentro do hospital, para que a mãe não desista da amamentação, principalmente se encontrar dificuldades. Juntamente com o corpo clínico de pediatras e obstetras, a equipe de enfermagem exerce papel fundamental no sucesso da amamentação, apoiando, sanando dúvidas e incentivando o aleitamento materno. A Rede Mater Dei possui um indicador de qualidade, que é a taxa de aleitamento materno na primeira hora de vida. Por isso, existe a preocupação de que o bebê tenha a oportunidade de ir ao peito da mãe na sala de parto, ou em casos de cesariana, na sala de observação.

O coordenador da UTI Neonatal do Hospital Mater Dei Salvador, Hans Greve, informa que o aleitamento materno na primeira hora de vida traz benefícios psicológicos para a criança. “Além de ter o contato pele a pele, estudos mostram que recém-nascidos que fazem essa amamentação na primeira hora de vida são crianças mais calmas, que choram menos. Eles também podem se tornar adultos mais tranquilos e mais equilibrados, mas claro que outros fatores influenciam, como a educação e o meio onde ele vive”, explica.

A cor dourada a que se refere o nome da campanha está relacionada ao padrão ouro de qualidade do leite vindo das mães. A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendam que o bebê seja amamentado exclusivamente com leite materno até os seis meses de vida, e que o aleitamento seja mantido até os dois anos de idade, mesmo após a introdução dos primeiros alimentos sólidos.

De acordo com o especialista, o colostro, o leite grosso que a mãe produz nos primeiros dias após o nascimento, é o alimento ideal para recém-nascidos e é um grande aliado no combate a infecções e na redução da mortalidade infantil nos primeiros dois anos de vida. “O colostro é rico em imunoglobulina, proteína que ajuda a fortalecer o sistema imunológico, estimulando as defesas do organismo contra vírus e bactérias, em ácidos graxos, que ajudam no desenvolvimento do sistema nervoso e musculoesquelético, e ajuda a reduzir a mortalidade infantil até os dois anos de idade, pois a maior parte das mortes de crianças nessa faixa etária ocorre por doenças infecciosas. Se o bebê é amamentado e recebe todas as defesas, ele dificilmente vai ter infecções”.

Além de infecções, estudos mostram que o leite materno diminui o risco de anemia, alergias, diarreia e de desenvolver diabetes, colesterol alto e obesidade na vida adulta. O leite materno também previne o diagnóstico de alergia à proteína do leite de vaca, conhecida como APLV, mais comum durante a infância, e possui melhor digestibilidade do que o leite de vaca, o que evita cólicas e prisão de ventre.

Benefícios para a mãe

Segundo o coordenador do serviço de obstetrícia do Hospital Mater Dei Salvador, Leonardo Rezende, como benefício imediato, a amamentação auxilia as mães no controle do sangramento que ocorre após o parto, tenha ele sido normal ou cesárea, diminuindo o risco de hemorragia. Ajuda também a perder mais rápido o peso que ganhou durante a gravidez. Do ponto de vista psíquico, a amamentação contribui para o vínculo com o bebê, além de ajudar a controlar as flutuações de humor após o parto.

“Essa interação com o bebê traz uma descarga hormonal muito positiva para a mulher e faz com que ela acabe desenvolvendo sensação de bem-estar, tranquilidade, de prazer, serenidade, que é importante para seu componente psicológico nesse momento inicial, da chegada do bebê que muda a rotina do casal”, afirma o obstetra.

Estudos mostram que o aleitamento materno ajuda a reduzir a chance de desenvolvimento de alguns tipos de câncer como o de mama. Rezende explica que as células dos ductos mamários, canais por onde o leite percorre, sofrem mutações e acabam ficando mais protegidos contra o surgimento de outras mudanças celulares que dão origem ao câncer de mama. Estudos também apontam que o câncer de ovário pode ser prevenido com a amamentação.

Embora a amamentação seja um ato natural e instintivo para a maioria das mulheres, para algumas, ela pode não ser algo tão fácil. Por isso, é importante que exista uma rede de apoio e suporte que ajude a superar as possíveis dificuldades. “Quando a família encontra uma mulher ansiosa com dificuldade em amamentar e, na tentativa de ajudar, sugere o uso de fórmulas infantis e o uso de mamadeiras, acaba desestimulando a amamentação. O conselho que eu dou é: surgindo dificuldades, não desista. Conte com ajuda do seu médico para que possa tentar contornar as dificuldades. Há muita coisa que estes profissionais podem fazer para ajudar”, destaca.

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