Na volta das férias, os usuários ligam os computadores para trabalhar e, inevitavelmente, se deparam com um elemento que já faz parte da nossa vida há muitos anos, mas ainda hoje pode causar dores de cabeça: as senhas. Seja para criar ou trocar, quem nunca teve dificuldade para pensar em uma que realmente desse aquela sensação de “agora estou seguro”? Com o passar dos anos, a velha combinação de datas de aniversários, de casamento, nascimento dos filhos e dos pets precisou ser revista. Hoje ela adquiriu novos elementos: letras maiúsculas, minúsculas, números e caracteres especiais. Mas por que isso é necessário?
“A nossa vida toda está no mundo virtual. Nossa identidade, nosso CPF, nosso dinheiro, nosso crédito. Tudo está ali disponível para que você possa acessar a qualquer momento. Mas não só você, como qualquer pessoa. E são apenas aqueles oito a doze caracteres que o separam da segurança e podem causar uma grande dor de cabeça”, afirma Alberto Jorge, CEO da Trust Control e especialista em cibersegurança.
Ataques
De acordo com o estudo Panorama de Ameaças para a América Latina 2024, foram registrados no Brasil mais de 700 milhões de ataques cibernéticos em um período de 12 meses, o que equivale a aproximadamente 1.379 ataques por minuto. Esse dado reforça uma pesquisa realizada pelo site Security.org, que revelou a fragilidade das senhas utilizadas normalmente na internet: muitas delas podem ser quebradas facilmente.
Se a senha for composta apenas por letras minúsculas, ou apenas uma delas maiúscula, ela pode ser decifrada instantaneamente pelos cibercriminosos. Isso significa que hackers podem acessar rapidamente todos os seus dados, seja de pessoa física ou da sua empresa.
“Essa preocupação com a senha tem sido alvo de toda grande empresa. Por isso, nos últimos anos, muitos sites, bancos, cartões de crédito têm trabalhado para aumentar a segurança e a força das senhas. E quanto maior o número de caracteres, melhor. E isso deve ser adotado pelos usuários também, pois representa a segurança dos dados pessoais”, comenta Alberto Jorge.
Conforme o especialista, mesmo as senhas que contenham letras maiúsculas, minúsculas, números e símbolos estão vulneráveis. “As senhas com esse formato, com apenas seis caracteres, também podem ser quebradas por hackers instantaneamente”, alerta o CEO da Trust Control.
Senhas mais fortes
Alberto Jorge reforça que, diante das novas tecnologias, criar uma senha inquebrável é impossível. Mas quanto maior o número de caracteres, aliado à combinação de letras, números e símbolos, mais tempo ela leva para ser decifrada.
“As senhas ideais são aquelas que, por levar bastante tempo para serem quebradas, não se tornam alvo tão fácil. Dependendo do número de caracteres, e da junção de todos aqueles elementos como maiúsculas, minúsculas, números e símbolos, podem levar de 5 a 34 mil anos para serem decifradas. É isso que garante mais segurança”, constata.
O gráfico abaixo pode ajudar a desenvolver uma senha mais segura, conforme o Security.org:
No entanto, Alberto alerta que mesmo com senhas consideradas muito fortes, é importante que o usuário possa avaliar a troca a cada 30 dias. “As tecnologias, inclusive aquelas utilizadas pelos cibercriminosos, seguem avançando a um passo que não é possível determinar. Por isso, é importante mudar constantemente”, completa.
