Mais de oito em cada dez brasileiros acham que o mundo tem mais perigos em relação ao ano anterior, segundo a pesquisa World Affairs, da Ipsos. Neste levantamento, cidadãos de 28 países avaliaram as relações globais de suas nações e o que consideram como as maiores ameaças ao planeta. A média brasileira (83%) é praticamente a mesma da global (82%).
Os colombianos lideram a lista das pessoas que acreditam viver em um mundo mais perigoso, com índice de 91%. Em seguida, estão Peru (90%), Coréia do Sul (88%) e os Estados Unidos (85%). Na outra ponta está a China, com 68% de respostas afirmativas, seguida por Alemanha, Malásia e Itália – todas com 77%.
A pesquisa também levantou informações sobre a percepção das pessoas com relação ao cenário global. Para 49% dos entrevistados, “há mais coisas melhorando hoje no mundo do que piorando”. Os chineses são os que mais concordam com esta afirmação (86%). Já os brasileiros se mantiveram dentro da média global (49%).
Maiores ameaças
Para 75% dos entrevistados das nações que integram a pesquisa, a maior ameaça está em ser hackeado para fraudes ou espionagem. Em seguida, vem o medo de uma grande epidemia, considerada por 70%. Logo após, aparecem o temor de desastre natural (69%), ataque nuclear ou químico (66%) e ataque terrorista (62%).
Já os brasileiros consideram a possibilidade de uma grande epidemia emergir no país seu maior medo (72%). Ser hackeado (71%) e a ocorrência de desastres naturais (68%) estão na segunda e terceira colocação, respectivamente.
Confiança
A pesquisa também identificou índices baixos de confiança das pessoas com relação à resposta de seus governos contra as ameaças. Globalmente, 53% acreditam que seu país está mais preparado contra desastres naturais, 51% contra epidemias, 47% contra os ataques terroristas e 46% contra guerra com outros países e contra conflitos armados internos. Já para deter ataques hackers, maior medo global, o índice de confiança para uma resposta do governo é de apenas 45%. No Brasil, o nível de confiança na resposta do governo é ainda pior, ficando abaixo da média global em todos os quesitos sondados.
Economia
Quando o assunto é economia, 79% dos entrevistados defendem o “livre comércio como benéfico” para suas regiões; 78% acreditam que seu país deve trabalhar em conjunto com outras nações e 74% que deve se portar como liderança mundial. Ao mesmo tempo, para 75%, seu país deve dedicar mais esforços internos do que externos. Nestas questões, o Brasil ficou alinhado às médias globais.
Influenciadores positivos
Para 80% dos entrevistados globalmente, o país com mais influência positiva nos assuntos mundiais durante a próxima década será o Canadá. Na sequência, aparecem Alemanha (77%), a França e a União Europeia (72%).
No Brasil, 85% dos entrevistados responderam que a principal influência positiva da próxima década também será o Canadá, seguido pela Alemanha (80%) e a União Europeia (79%). O índice de brasileiros que acreditam no próprio país neste quesito é de 61%.
Futuro
Apesar de o mundo ser considerado um lugar mais perigoso em relação ao último ano, apenas 51% defendem que a saída está em mais investimentos bélicos. No entanto, 61% acreditam ser possível uma nova guerra mundial nos próximos 25 anos.
Para 83%, o mundo precisa de novos acordos globais e instituições internacionais que devem ser liderados por nações democráticas. Pouco mais da metade dos entrevistados (53%) considera que as organizações globais atuais fizeram um bom trabalho até aqui.
Segundo a percepção dos entrevistados, China, Estados Unidos e Rússia lideram a lista de nações com menos possibilidade de cumprir acordos internacionais, com 32%, 24% e 21% das respostas, respectivamente.
Covid-19
Com relação à pandemia do novo coronavírus, a pesquisa aponta que apenas 45% dos entrevistados acreditam que o surto já foi controlado ou será encerrado em breve. No Brasil, o número é ainda menor; 40% das pessoas compartilham desta impressão.