Ainda considerada um tabu, a menopausa masculina demanda acompanhamento médico especializado, muitas vezes com suporte físico e emocional aos pacientes.
Entender os sintomas da andropausa é importante para buscar auxílio médico precoce e evitar o agravamento dos sinais que podem prejudicar a qualidade de vida do paciente. Entenda melhor a seguir!
O que é andropausa?
A andropausa é o equivalente masculino à menopausa feminina. Ela é caracterizada por uma queda acentuada na produção da testosterona, principal hormônio masculino associado à vitalidade e potência.
Além da testosterona, na andropausa também há queda de outros hormônios masculinos, ou andrógenos, como a androstenediona e o DHEA, por exemplo.
A maior parte da testosterona é produzida pelos testículos, sendo uma parcela menor proveniente das glândulas supra-renais, principalmente através de seus precursores.
A regulação dessa produção de testosterona bem como a de espermatozóides é controlada por outros hormônios, as gonadotrofinas LH (hormônio luteinizante) e FSH (hormônio folículo estimulante), ambos produzidos pela hipófise, glândula localizada na base do cérebro.
Conforme os níveis de testosterona vão reduzindo, a hipófise tende a aumentar a liberação de LH para estimular os testículos a produzirem mais testosterona.
Assim como na menopausa, o aumento do FSH e do LH são indicativos da andropausa. Em geral, o declínio hormonal pode começar entre os 45 e 50 anos.
Em alguns casos, quando há sintomas de queda hormonal mais acentuados, é importante fazer a dosagem e monitoramento para definição de uma conduta médica mais adequadas de acordo com alterações identificadas.
Quais os sintomas da menopausa masculina?
Conhecer previamente os sintomas da menopausa masculina é importante para diagnosticar a alteração precocemente, definindo, junto ao médico especialista, qual o tratamento mais apropriado.
1. Fadiga
Uma das funções da testosterona no organismo é auxiliar no fortalecimento da musculatura, de forma que a queda desse hormônio está associada à redução da força e da massa muscular, diminuição da resistência física e aumento da gordura visceral.
Com essas alterações físicas, o homem pode sentir-se cansado e fatigado com mais facilidade, mesmo realizando atividades que anteriormente não causavam essa sensação.
2. Irritabilidade
Alterações hormonais, normalmente, afetam o controle emocional dos pacientes de forma que os sinais da andropausa incluem a irritabilidade, mudança súbita de humor e formação de quadros depressivos.
A irritação também pode ser causada devido ao comprometimento da memória e das funções cognitivas resultantes da alteração hormonal.
3. Disfunção sexual
A testosterona é o principal hormônio associado à função sexual. Sua redução, no caso, pode ser identificada pelo menor desejo sexual, diminuição do volume ejaculatório e disfunção erétil.
4. Problemas de saúde
A andropausa ainda pode favorecer os problemas de saúde no homem, pois a queda na testosterona pode causar a piora dos níveis de glicose e lipídios no sangue. Entre os problemas que podem surgir incluem-se:
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doença cardiovascular;
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diabetes;
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obesidade;
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hipertensão arterial;
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descontrole do colesterol.
Não é incomum que há dificuldade de relacionar esses problemas com a menopausa masculina, sendo importante uma investigação médica completa para verificar se essas patologias são primárias (causa) ou secundárias (sintoma).
5. Calvície masculina tardia
A calvície masculina tardia também pode estar associada à andropausa. Em geral, a alopecia androgenética é causada por fatores hereditários e surge com uma idade mais precoce, entre 20 e 30 anos.
No entanto, em alguns homens com menopausa masculina que havia uma tendência prévia à queda de cabelo, a condição pode ser intensificada a partir dos 45 anos, razão pela qual é chamada de tardia.
Os motivos para essa queda de cabelo tardia são vários: estresse, má alimentação, maior consumo de medicamentos, seborreia, distúrbios de tireoide, dentre outros.
Todos esses fatores podem contribuir para a progressão da calvície, sem que haja o restabelecimento do crescimento capilar posteriormente.
Devido aos diversos problemas que podem estar relacionados com a calvície masculina é essencial uma investigação médica especializada para identificar os fatores primários e indicar o tratamento apropriado.
Qual o tratamento para menopausa masculina?
O tratamento da andropausa deve ser avaliado pelo médico responsável após condução de exames minuciosos que constatem a alteração hormonal.
Deve-se ainda considerar o relato do paciente quanto aos sintomas, como se eles estão presentes, a intensidade e se eles realmente causam prejuízos à sua qualidade de vida.
Além de verificar a alteração e os sintomas é preciso que haja uma investigação quanto a questões como apneia do sono, câncer de próstata e distúrbios que causam a multiplicação anormal de células, pois o tratamento pode elevar riscos.
Caso após essas ponderações o médico e paciente constatem que a reposição hormonal é necessária ela deve ser ministrada com responsabilidade, verificando possíveis efeitos colaterais, e controlando as expectativas quanto aos resultados.
No caso da calvície masculina, pode ser necessária uma conduta a parte da reposição hormonal, como o tratamento com medicamentos específicos para queda de cabelo ou mesmo o transplante capilar caso a perda seja intensa e irreversível.